Em declarações à imprensa antes do início das reuniões na sede da União Democrata Cristã (CDU), em Berlim, Merkel mostrou-se disposta a assiná-los se tal for para o benefício de Alemanha, considerando importante que as equipas negociadoras não se percam em “pequenas questões ou pormenores”.
Mais de quatro meses após as eleições, a chanceler alemã defendeu que, em tempo de dificuldades, é esperado que os grandes partidos ofereçam “confiança” e que atuem com determinação para garantir um futuro seguro para a população e para o futuro do país.
“Devemos todos assumir compromissos dolorosos e estou disposta a isso se pudermos garantir que as vantagens predominam sobre as desvantagens”, sustentou.
O líder social-democrata, Martin Schulz, que chegou um pouco antes à sede da CDU, mostrou-se, por seu lado, confiante num acordo, comparando a situação com um jogo de futebol.
“Estamos em tempo de descontos, porque, no calendário oficial, previa-se fechar o acordo no domingo. Tenho bons motivos para supor que hoje chegaremos ao final, espero que com um espírito positivo e com benefícios para o nosso país”, disse Schulz.
Para o líder social-democrata, são necessários “resultados construtivos, bons e sólidos” num “dia decisivo”, em que se poderá comprovar se ambas as partes são capazes de fechar um pacto para um Governo “estável e duradouro”, capaz de enfrentar os desafios nacionais e internacionais.
Segundo Schulz, os temas que estão a complicar as negociações são as reivindicações social-democratas para se pôr fim aos “injustificados contratos laborais temporários” e as garantias para uma igualdade de tratamento na assistência nos seguros públicos e privados.
O documento terá, todavia, de ser referendado pelos cerca de 440 mil militantes social-democratas, numa consulta vinculativa.
Se houver “luz verde” ao pacto de uma grande coligação, Merkel poderá iniciar a quarta legislatura, três delas em aliança com os sociais-democratas e uma com os liberais.
Merkel venceu as eleições de setembro com ampla margem, mas sofreu uma importante perda de votos, tendo fracassado depois uma primeira tentativa de coligação com os liberais e com os verdes, levando Schulz a abrir-se a um diálogo que havia recusado após a derrota eleitoral.
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