Em entrevista à agência Lusa, o ministro das Relações Exteriores considerou que Angola “sempre manteve essa relação de irmandade” com Portugal, tal como com os outros Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Nós acreditamos na liberdade dos nossos cidadãos e nos seus estatutos específicos, como o mundo empresarial também tem a liberdade de julgar onde quer desenvolver a sua atividade”, disse.
Segundo Téte António, que falava à Lusa por ocasião da realização da XIIX cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que Angola acolhe entre os dias 12 e 17 de julho, o movimento de cidadãos da comunidade é mais um sinal da necessidade de se implementar o acordo de mobilidade.
“Esses movimentos de vai e vem de angolanos para lá ou de cidadãos portugueses para Angola, ou de cidadãos guineenses para Angola e vice-versa, penso que é um indicador permanente que nós circulamos, daí que a mobilidade [vem] exatamente para facilitar este movimento que existe entre os dois povos”, frisou.
Instado a comentar a situação em Cabo Delgado, Moçambique, e o apoio da comunidade lusófona, Téte António disse que a cimeira será mais um palco para demonstrar solidariedade dos Estados-membros, porque a situação afeta a todos.
“Cada um de nós, de forma bilateral ou de forma multilateral, como é o caso de Angola que faz parte da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral] temos feito o nosso esforço para que a nossa região, que é a SADC, ajude essa república irmã, que está nessa situação. A vontade política existe e ela é um facto que sempre existiu entre nós”, garantiu.
A XIII Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que marca a passagem da presidência rotativa desta comunidade de países de Cabo Verde para Angola, decorrerá em formato presencial.
Criada há 25 anos, a CPLP tem atualmente nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial – cuja adesão, em 2014, criou polémica.
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