“O que está em risco é a vida dos ucranianos, para além dos princípios fundamentais que estabelecemos em conjunto depois das duas guerras mundiais”, disse Blinken, na chegada ao Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, no qual participa a título extraordinário, assim como os chefes da diplomacia da Ucrânia, do Reino Unido e Canadá.
Blinken referia-se à “noção de que um país não pode alterar fronteiras pela força” ou a de que “um país não pode ditar as decisões dos cidadãos de outros países sobre o seu futuro”, assim como ao conceito “ultrapassado” de “esferas de influência, no qual um país subjuga os vizinhos conta a sua vontade”.
“Se permitirmos que esses princípios sejam violados, como Putin está a fazer agora, com impunidade, vai abrir-se uma caixa de Pandora de perigo não só para nós, mas para todo o mundo”, afirmou o chefe da diplomacia norte-americana, que reconheceu haver “muito em jogo”, ainda que se tenha manifestado convicto de que o Ocidente “terá êxito”.
Blinken saudou também a reação europeia perante a agressão russa à Ucrânia, tanto em matéria de sanções como de ajuda aos ucranianos, que classificou como “histórica”, e assegurou que o esforço que o presidente dos EUA, Joe Biden, fez desde o início do seu mandato para “revitalizar” as relações com a União Europeia se está “a mostrar essencial”.
“Estamos a enfrentar juntos uma guerra escolhida por Putin, não provocada, injustificada e com consequências horríveis para as pessoas reais, pais, mães, crianças. Estamos comprometidos com tudo para travá-la”, disse o secretário de Estado dos EUA.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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