O ex-agente Eric Ruch Jr. disparou e matou Dennis Plowden Jr., de 25 anos, instantes após este se ter despistado a uma velocidade de 125 quilómetros por hora e ter tropeçado e caído no chão ao sair da viatura, segundo as autoridades.
De acordo com os procuradores, Plowden estava atordoado e desarmado, com a mão esquerda aberta e vazia em frente à sua própria face quando Ruch disparou o tiro mortal, enquanto os outros quatro agentes envolvidos na cena se abrigaram e não dispararam as suas armas, segundo a apresentação do grande júri, que considerou que Ruch atingiu Plowden na cabeça sem justificação quando este parecia “atordoado e perdido no passeio”.
“Ruch disparou intencionalmente sobre Dennis Plowden menos de 20 segundos depois de o Hyundai que ele conduzia ter batido a cerca de 125 quilómetros por hora, Plowden tinha caído ao chão e ainda assim estava a tentar obedecer às ordens”, escreveu o grande júri.
O ex-agente, que foi despedido cerca de 10 meses após o incidente, entregou-se hoje voluntariamente para responder às acusações de homicídio em primeiro grau, homicídio em terceiro grau, homicídio voluntário e posse de arma de crime.
Os procuradores pediram a sua detenção sem fiança e o sindicato da polícia, por sua vez, anunciou que vai disponibilizar os seus advogados para defender o antigo agente.
A acusação foi anunciada dois dias depois de um antigo polícia de Minneapolis, acusado da morte de George Floyd, num caso que ganhou visibilidade mundial, ter sido libertado da prisão estadual após pagar uma fiança de um milhão de dólares.
O afro-americano George Floyd morreu em 25 de maio, algemado, depois de o ex-agente Derek Chauvin pressionar o seu pescoço com um joelho durante vários minutos, indiferente aos apelos da vítima que se queixava de não conseguir respirar.
As imagens da morte de Floyd, filmadas por vários telemóveis, provocaram protestos em todo o mundo, aumentaram a tensão racial no país e contribuíram para o despedimento de Chauvin e de três outros agentes que o acompanhavam.
A libertação do caucasiano Chauvin, acusado de homicídio em segundo grau, terceiro grau e voluntário, levou o governador do Estado do Minnesota a ativar a Guarda Nacional para ajudar a manter a ordem nas ruas, antecipando possíveis protestos.
Entretanto, um juíz daquela cidade citou hoje “preocupações de segurança” ao determinar novas medidas de coação para a libertação do antigo polícia, acusado da morte de George Floyd, que lhe permitem viver num Estado vizinho enquanto aguarda o julgamento.
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