“Portugal não perde de vista os seus compromissos. As nossas metas são ambiciosas, mas temos conseguido cumpri-las e até antecipá-las”, defendeu António Costa, fazendo então alusão à entrada em vigor da nova Lei de Bases do Clima, que foi aprovada na anterior legislatura.
“Reforçamos o nosso objetivo de atingir a neutralidade carbónica até 2050, com o compromisso de estudar a viabilidade da sua antecipação até 2045. Conseguimos antecipar em dois anos o encerramento das nossas últimas centrais a carvão, que já deixaram de funcionar no ano passado e, apesar da crise energética, não vamos reativar. Continuamos também a apostar nas renováveis e temos a capacidade e a ambição de passar de importadores de energia fóssil a exportadores de energia verde”, sustentou.
O líder do executivo observou então que as energias renováveis em Portugal “representam já cerca de 60% da eletricidade consumida” no país, sendo a meta “atingir os 80% até 2026”.
“Estamos também convictos de que o hidrogénio verde e outros gases renováveis são energias para o futuro. E alcançámos há poucos dias um acordo com a França e a Espanha para a criação de um corredor verde para servir o Centro da Europa”, referiu a seguir.
No seu discurso, António Costa referiu que, este ano, Portugal coorganizou com o Quénia, em Lisboa, a 2.ª Conferência dos Oceanos em Lisboa.
“A gestão sustentável dos oceanos é também central para a nossa resiliência às alterações climáticas. Destaco, nesse âmbito, o Fórum de Investimento em Economia Azul Sustentável, no qual foram assumidos compromissos no valor de 10 mil milhões de euros. Dado o sucesso desta iniciativa, iremos realizar em 2023 a segunda edição deste fórum”, acrescentou.
António Costa aproveitou também para revelar que Portugal vai organizar em 2023 a Conferencia Internacional sobre Incêndios Florestais e mais um fórum de investimento em economia azul sustentável.
“Uma palavra muito dolorosa sobre os incêndios rurais - uma realidade nem sempre abordada neste fórum [das Nações Unidas], mas da maior importância para a redução de emissões e para a capacidade de a floresta desempenhar o seu papel de sequestro de carbono”, declarou António Costa.
De acordo com o líder do executivo português, estima-se que 6% das emissões mundiais resultem de incêndios de causa humana e assinalou que em anos mais extremos esse valor pode chegar a representar 20%.
“Melhorias significativas nas políticas e nos processos de prevenção e extinção de incêndios são assim um importante contributo para a redução de emissões e a defesa das florestas. É nesse quadro que, em 2023, organizaremos em Portugal a 8ª Conferência Internacional sobre Incêndios Florestais, onde se pretende construir um referencial do risco de incêndio e o modelo de governança do mesmo”, disse.
O primeiro-ministro convidou depois todos os países representados na COP27 a participarem neste evento.
Comentários