Batizado em homenagem a “Louise Michel”, uma anarquista francesa do século XIX, o navio, decorado com graffiti do artista britânico, partiu no dia 18 de agosto do porto espanhol de Borriana, perto de Valência, segundo o The Guardian.
O navio agiu de forma sigilosa e recuperou na quinta-feira 89 pessoas, incluindo 14 mulheres e duas crianças, no Mediterrâneo Central, segundo este jornal, que não especifica a posição exata do barco.
O jornal refere também que o navio está à procura de um porto seguro para desembarcar passageiros ou transferi-los para um navio das guardas costeiras europeias.
O diário publicou várias fotos do barco, pintadas em rosa e branco, com graffiti de Banksy, retratando uma jovem com um colete salva-vidas segurando uma boia em forma de coração.
A tripulação é composta por 10 elementos, “ativistas europeus com longa experiência em investigação e salvamento no mar”.
A capitã do navio é Pia Klemp, uma ativista de direitos humanos alemã conhecida por ter conduzido vários outros navios de resgate, incluindo o Sea-Watch 3.
O jornal diz que o artista não está a bordo, acrescentando que toda a operação foi montada entre Londres, Berlim e Borriana.
Banksy contactou Pia Klemp em setembro de 2019, explica o Guardian, segundo o qual a jovem inicialmente considerou tratar-se de uma farsa.
Pia Klemp acredita que Banksy a contactou pelo seu compromisso político: “Não vejo o resgate no mar como uma ação humanitária, mas como parte de uma luta antifascista”, disse ao The Guardian.
Muitos barcos pequenos com migrantes, principalmente tunisinos, atracaram durante todo o verão na ilha italiana de Lampedusa, no sul da Sicília.
O Sea-Watch 4, navio das Organização Não Governamental (ONG) Médicos sem Fronteiras e Sea-Watch, está presente na área desde meados de agosto. Já realizou diversos resgates, recuperando mais de 200 pessoas.
O último navio a regressar do Mediterrâneo central, o Ocean Viking – fretado pela ONG SOS Méditerranée – desembarcou na Sicília no início de julho com 180 migrantes, antes de ser imobilizado pelas autoridades italianas por “motivos técnicos”.
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