Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou hoje “profundo pesar” pela morte do tenente-general Vasco Rocha Vieira, recordando-o como “um dos mais ilustres oficiais” do Exército e enaltecendo o seu “marcado patriotismo”.

Numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado recorda Rocha Vieira como “um dos mais ilustres oficiais do Exército Português na transição para a Democracia e nas primeiras décadas da sua afirmação”.

“Desde sempre muito ligado aos Comandos, exerceu ainda funções políticas como as de Ministro da República para a Região Autónoma dos Açores”, é recordado na nota.

Marcelo Rebelo de Sousa destaca ainda que Rocha Vieira foi “muito próximo do Presidente António Ramalho Eanes”, tendo sido por ele “designado Chanceler das Antigas Ordens Militares”.

“O simbolismo do momento da transferência da administração portuguesa para a chinesa permanecerá na memória de muitos portugueses como um exemplo de sentido de Estado, sentido de serviço da causa pública e de marcado patriotismo”, lê-se na nota de pesar.

O Presidente da República, que afirma ter acompanhado “de perto os últimos meses” da vida de Rocha Vieira, “apresenta à sua família, e, muito em especial, à sua viúva e filhos, o testemunho de gratidão de Portugal, com muito saudosa amizade”.

Câmara de Lisboa

A Câmara Municipal de Lisboa também já tornou públicas as suas condolências, lamentando o falecimento de um "estadista de visão" e "homem de coragem", que "dedicou a sua vida à defesa do interesse nacional, servindo notavelmente Portugal".

Adicionam ainda que Vasco Rocha Vieira "contribuiu para a consolidação do processo democrático, sendo peça fundamental do 25 de novembro de 1975", sobre a qual destaca o o seu depoimento na primeira cerimónia de evocação do golpe, em 2023.

O tenente-general Vasco Rocha Vieira, último governador português de Macau e antigo Chefe do Estado-Maior do Exército, morreu hoje de madrugada aos 85 anos, confirmou à Lusa fonte oficial daquele ramo militar.

Vasco Rocha Vieira nasceu a 16 de agosto 1939 e exerceu o cargo de governador de Macau entre 1991 e 1999, quando se processou a transferência do território para a China.

Antes, entre 1976 e 1978, desempenhou funções como Chefe do Estado-Maior do Exército e foi também ministro da República dos Açores entre 1986 e 1991.

Exército

O Exército manifestou hoje pesar pela morte do tenente-general Vasco Rocha Vieira e enalteceu o seu “legado de serviço e patriotismo” desejando que “continue a inspirar gerações futuras”.

Numa nota divulgada pelo ramo nas redes sociais, o Exército afirma que “está de luto, por ter deixado de contar com um dos seus mais notáveis soldados”.

“A sua vida e o seu legado justificam um profundo reconhecimento e perene respeito pela sua memória, e constituem fator de motivação e orgulho para todos os que servem nesta secular instituição. Que o seu legado de serviço e patriotismo continue a inspirar gerações futuras”, realça o Exército.

De acordo com nota, o velório vai ocorrer na quinta-feira, entre as 17h00 e as 22h00, na Capela da Academia Militar, em Lisboa.

Na sexta-feira, o velório será retomado às 10:00, seguido de uma missa antes de almoço. Após as cerimónias em Lisboa, o cortejo seguirá para o Algarve, onde irá decorrer o funeral, no Cemitério Municipal de Lagoa.

Cavaco Silva

O ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva lamentou hoje a morte do general Rocha Vieira, o último governador de Macau, “figura marcante” cujo legado dignifica os últimos anos da presença portuguesa no Oriente.

“Guardamos do general Rocha Vieira a imagem solene e digna do arriar da Bandeira Nacional em Macau, fez agora 25 anos. Mais importante do que essa imagem, é o trabalho de Rocha Vieira como último Governador de Macau, dignificando os últimos anos da nossa presença no Oriente, permitindo-nos deixar o território reconciliados com a nossa História e orgulhosos da obra que deixámos”, afirmou Aníbal Cavaco Silva, numa nota de condolências, enviada à Lusa.

*Com Lusa