A solução contra florestais assenta numa linha constituída por quatro grupos de aspersores, em redor da povoação, que podem ser acionados pelos moradores em caso de incêndio que ameace a povoação, na freguesia de Celavisa, no distrito de Coimbra.

“Esta é uma solução não muito dispendiosa que protege os bens, as infraestruturas e a as pessoas”, disse Domingos Xavier Viegas, o professor catedrático da UC que coordena o projeto.

Na apresentação da iniciativa, no lugar de Travessas, o especialista em incêndios florestais salientou que era necessário “encontrar uma solução, através da tecnologia, para melhorar a segurança das pessoas”, e que pode ser aplicada noutras povoações da região Centro e do país.

“Para os meios de socorro aqui chegarem é difícil”, acrescentou, realçando o problema das acessibilidades na zona.

A agência Lusa, no acesso secundário ao local a partir da estrada que liga os municípios de Góis e Arganil, confirmou que as vias são estreitas e que, em grande parte do trajeto, têm bermas e taludes com vegetação fina e arbustiva que não está limpa.

“Não pretendemos que esta seja uma solução definitiva”, afirmou Xavier Viegas, explicando que se trata de “um contributo para melhorar a segurança” da comunidade local (seis residentes em permanência, número que pode triplicar no verão e em alguns fins de semana), já que um fogo que se aproxime da aldeia “será sempre difícil de combater”.

O coordenador do projeto FireProtect - Sistemas de Proteção de Pessoas e Elementos Críticos Expostos a Incêndios Florestais, coadjuvado pelo investigador Miguel Almeida, da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) da UC, defendeu a importância de os habitantes se manterem na sua terra.

“Mas temos de lhes dar segurança contra os fogos”, acentuou o também líder da ADAI, Domingos Xavier Viegas.

Num dos últimos incêndios na chamada Serra do Rabadão, entre Arganil e Góis, em 2017, os moradores passaram três dias e duas noites fora da aldeia de Travessas, que na altura foi evacuada por precaução, recordou a presidente da Junta de Freguesia de Celavisa, Rosário Oliveira.

“Este é um contributo muito importante para a defesa da aldeia”, declarou aos jornalistas o presidente da Câmara Municipal de Arganil, Luís Paulo Costa, admitindo que o sistema seja instalado noutras povoações do concelho com mais elevado risco de incêndios.

Intervieram também na iniciativa representantes do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), entre outros convidados dos promotores do projeto, que contaram com a colaboração dos moradores na montagem e futura utilização do sistema.

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