Numa carta enviada à ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, a ASFIC-PJ defende que existe um “constrangimento e a desmoralização” dos funcionários de investigação criminal da PJ, dos seguranças e dos funcionários de suporte e apoio, provocados pelas “atuais inações do atual executivo”.
“Não sendo percecionada uma clara vontade por parte do atual Governo em resolver imediatamente os problemas estruturais da PJ - quer humanos, quer materiais e até, diga-se de passagem, legislativos - não temos argumentos para inverter o rumo que no dia 4 de fevereiro iniciámos, por forma a exprimir a nossa profunda desilusão e descontentamento”, refere o documento, assinado pelo presidente da ASFIC-PJ, Ricardo Valadas.
A associação sindical garante que quanto maior for a resistência encontrada, mais fortes se vão tornar.
“Não está no nosso quadro mental desistir, enfraquecer ou deixarmo-nos manipular, pois não obstante, e por mais curvas e circunferências que possam ser traçadas na sua maior ou menor amplitude, o nosso ponto central, nunca deixará de ser o mesmo. Existimos para identificar, constranger e neutralizar ameaças e riscos ao nosso país e num plano mais abrangente, aos valores que ditam a moralidade e a justiça na sua máxima amplitude”, acrescenta.
Na carta, a ASFIC-PJ coloca várias questões sobre as suas principais reivindicações, em defesa da revisão da lei orgânica da PJ e de matérias ligadas à carreia e ao reforço de pessoal.
“Não basta dizer veementemente aos portugueses que se deseja combater a corrupção ou que se deseja evitar atentados terroristas, há que também materializar essa vontade. Oiçam as pessoas da Polícia Judiciária portuguesa, pois em cada um dos seus elementos têm um aliado no combate a esse flagelo, assim o deseje", diz o texto.
Centenas de funcionários da PJ concentraram-se hoje junto à sede desta polícia, em Lisboa, após uma semana de greve parcial, que se iniciou no dia 4 de fevereiro.
Em declarações à agência Lusa, Ricardo Valadas, considerou que o balanço da greve foi "histórico", salientando a elevada adesão dos funcionários da PJ ao protesto e o "sentimento de revolta" geral pelo incumprimento das reivindicações.
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