As tensões aumentaram na sequência de quase dez meses de guerra em Gaza e da morte de dois militantes de alto nível em ataques separados no Líbano e no Irão na semana passada.
Estas mortes provocaram ameaças de vingança por parte do Irão e dos seus aliados e suscitaram o receio de uma guerra regional ainda mais destrutiva.
Segundo o serviço de socorro israelita Magen David Adom e um hospital próximo, uma mulher de 70 anos e um homem de 80 foram mortos no ataque à facada e dois outros homens ficaram feridos. A polícia disse que o ataque foi perpetrado por um militante palestiniano, que foi “neutralizado”, e que estava a decorrer uma busca por outros suspeitos.
Os socorristas disseram que os feridos foram encontrados em três locais diferentes, cada um a cerca de 500 metros de distância, aumentando as preocupações de que mais de um agressor estivesse envolvido.
Israel tem estado a preparar-se para retaliações após a morte de um alto comandante do Hezbollah num ataque no Líbano e do principal líder político do Hamas num ataque na capital do Irão na semana passada.
Ambos estavam ligados à guerra em curso em Gaza, que foi desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel a 07 de outubro de 2023.
Em Gaza, um ataque israelita atingiu hoje um acampamento de deslocados que no pátio do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, matando quatro pessoas, incluindo uma mulher, e ferindo várias outras, informou o Ministério da Saúde de Gaza.
Um jornalista da agência noticiosa Associated Press (AP) filmou homens a acorrerem ao local para ajudar os feridos e a recolher corpos, enquanto tentavam apagar o fogo.
O hospital de Deir al-Balah é a principal instalação médica a funcionar no centro de Gaza, onde milhares de pessoas se abrigaram depois de terem fugido das suas casas no território devastado pela guerra.
Um outro ataque destruiu uma casa no norte de Gaza, matando pelo menos oito pessoas, incluindo três crianças, os seus pais e a avó, segundo o ministério.
Outro ataque israelita contra uma escola transformada em abrigo na cidade de Gaza, no sábado, matou pelo menos 16 pessoas e feriu outras 21, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que anunciou hoje o balanço total de mortos.
Os militares israelitas, que acusam regularmente os militantes palestinianos de se abrigarem em zonas civis, afirmaram ter atingido um centro de comando do Hamas.
Israel afirma que tenta evitar ferir civis, mas os militares raramente comentam os ataques individuais, que muitas vezes matam mulheres e crianças.
O Ministério da Saúde de Gaza não faz distinção entre civis e militantes nos seus registos.
Os militantes liderados pelo Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, e fizeram reféns cerca de 250 pessoas no seu ataque surpresa ao sul de Israel em outubro passado.
A ofensiva maciça lançada por Israel em Gaza matou pelo menos 39.550 palestinianos, de acordo com o Ministério da Saúde do território, que não indica quantos eram militantes.
Os pesados ataques aéreos e as operações terrestres causaram uma destruição generalizada e deslocaram variadas vezes a grande maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza.
Desde o início da guerra, o Hezbollah tem trocado regularmente tiros com Israel ao longo da fronteira com o Líbano, o que, segundo o grupo militante, tem por objetivo aliviar a pressão sobre o seu aliado apoiado pelo Irão, o Hamas.
Os contínuos ataques e contra-ataques têm vindo a aumentar de gravidade nos últimos meses, fazendo temer uma guerra regional ainda mais destrutiva.
Mais de 590 palestinianos foram mortos por fogo israelita na Cisjordânia ocupada desde o início da guerra em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde palestiniano. A maioria foi morta durante ataques israelitas e protestos violentos.
Israel conquistou a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental na guerra do Médio Oriente de 1967, e os palestinianos querem os três territórios para o seu futuro Estado.
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