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“O destino quis assim, Deus quis assim, se assim posso dizer. Uma missão tão difícil quanto honrosa – defender a Rússia – foi colocada sobre os nossos ombros e os vossos em conjunto”, disse o Presidente russo, citado pela agência France-Presse (AFP), dirigindo-se aos militares que combateram na Ucrânia, numa cerimónia organizada no Kremlin para assinalar o Dia dos Defensores da Pátria.
Este domingo o Kremlin veio garantir que “nunca venderá” os territórios ucranianos que ocupa na Ucrânia, cerca de 20%, numa altura em que Moscovo e Washington mantêm conversações bilaterais para pôr fim ao conflito.
“A coisa mais importante para nós é que as pessoas (nesses territórios) decidiram há muito tempo juntar-se à Rússia. E nunca ninguém vai vender estes territórios”, afirmou hoje o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, à televisão estatal, dando a entender que Moscovo não tem qualquer intenção de fazer concessões sobre as conquistas militares.
“O diálogo está a decorrer entre dois presidentes verdadeiramente notáveis"
O porta-voz do Kremlin classificou ainda de “promissor” o diálogo entre Vladimir Putin e Donald Trump, que se mostra cada vez mais hostil em relação à Ucrânia.
“O diálogo está a decorrer entre dois presidentes verdadeiramente notáveis. É promissor. É importante que nada impeça a implementação da sua vontade política”, disse ainda Peskov, ao mesmo canal.
Por outro lado, considerou “compreensíveis” os comentários hostis de Trump em relação a Zelensky.
Trump tinha prometido acabar rapidamente com a guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa há três anos, mas desde uma conversa telefónica com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em 12 de fevereiro, retomou a retórica do Kremlin sobre a responsabilidade das autoridades ucranianas no conflito e descreveu o Presidente ucraniano como um “ditador sem eleições”.
Na sexta-feira, o Presidente republicano afirmou que a presença do Presidente ucraniano nas conversações para pôr fim à guerra não era “muito importante”.
A aproximação entre Washington e Moscovo levou a maioria das capitais europeias a temer que a Rússia se torne ainda mais poderosa no continente.
Na segunda-feira, a Ucrânia assinala o terceiro aniversário do início da invasão russa, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais de dimensão ainda não inteiramente apurada.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e militar dos aliados ocidentais.
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