A “aeronave apresentava desvios de estabilidade do eixo longitudinal ('roll-axis', no original)”, segundo as indicações iniciais, disse fonte oficial da companhia do Cazaquistão, em resposta à agência Lusa.
No domingo, um avião da Air Astana, que descolou de Alverca às 13:21 e que declarou emergência, esteve algum tempo a sobrevoar a região a norte de Lisboa e o Alentejo, numa trajetória irregular, antes de ter sido tomada a decisão de o Embraer da companhia do Cazaquistão aterrar no aeroporto de Beja, o que aconteceu às 15:28, à terceira tentativa.
Na resposta à Lusa, a transportadora referiu que o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) “vai controlar as ações” da investigação, enquanto o fabricante do avião, a Embraer, “será envolvido e consultado de perto”.
À questão da Lusa sobre responsabilidades neste processo, a companhia sublinhou estar, atualmente, “focada em apoiar a investigação formal pelo GPIAAF”.
“Qualquer comentário a esse respeito seria inapropriado”, acrescentou a mesma fonte.
Em conferência de imprensa, no domingo à noite, o comandante da Base Aérea N.º 11 informou que a aeronave Embraer E190, que efetuou durante a tarde a aterragem de emergência bem-sucedida em Beja, permanecia na base a aguardar reparação.
Nesta aeronave da companhia aérea Air Astana (do Cazaquistão) seguia uma tripulação de seis pessoas, tendo o coronel piloto-aviador Fernando Costa revelado que estes elementos “estavam a ser inquiridos pelo gabinete de prevenção de acidentes civil e já tinham terminado toda a parte de identificação pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”.
O comandante da BA11 confirmou que dois elementos da tripulação foram “encaminhados para o Hospital de Beja porque não se sentiriam muito bem”, devido a “todo o stress”, mas não apresentavam “nada de especial”.
Os dois tripulantes, um homem de 37 anos, do Cazaquistão, e outro de 54, natural de Inglaterra, revelou à Lusa fonte hospitalar, já tiveram, entretanto, alta do Hospital José Joaquim Fernandes.
Fonte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) tinha revelado já ter mobilizado para Beja uma equipa para iniciar a investigação.
O avião, escoltado por dois caças F-16 da FAP, efetuou a aterragem após declarar uma emergência, devido a uma "falha crítica nos sistemas de navegação e controlo de voo", disse à Lusa fonte aeronáutica.
O voo KZR 1388 descolou de Alverca às 13:21 e tinha como destino Minsk, capital da Bielorrússia.
A aeronave tinha “concluído trabalhos de manutenção” na OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, confirmou esta empresa, que informou estar “a colaborar com as autoridades aeronáuticas na investigação" das causas do incidente.
O avião, disse a OGMA, “aterrou em segurança, sem danos materiais ou físicos".
Durante a emergência, segundo uma fonte aeronáutica contactada pela Lusa, as autoridades chegaram a equacionar a possibilidade de a aeronave fazer uma amaragem no rio Tejo, mas as condições atmosféricas não o permitiram.
A mesma fonte disse à Lusa que o piloto foi recuperando com o tempo alguns dos instrumentos que tinham avariado, o que lhe permitiu aterrar em Beja.
As OGMA são detidas em 65% pela Embraer e em 35% pelo Estado português.
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