Bernardino Soares recebia o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, ‘em casa’ e aproveitou esse fator. É presidente da Câmara Municipal de Loures desde 2013 e está à procura do terceiro mandato.
Os oito anos de experiência que já leva como autarca deste concelho permitiram fazer um diagnóstico dos 12 anos de governação socialistas e resumi-la em “promiscuidade”, uma palavra que utilizou quatro vezes em quase 20 minutos de discurso.
“Com a CDU acabou o tempo em que a Câmara Municipal de Loures era conhecida pelas promiscuidades familiares e partidárias. Esta autarquia passou a guiar-se por critérios de transparência e clareza. Onde antes havia promiscuidade, há hoje, com a CDU, transparência”, sustentou na quarta-feira à noite, recebendo aplausos dos apoiantes e militantes da coligação presentes no Pavilhão Paz e Amizade.
O autarca acrescentou que os candidatos socialistas de hoje “são os mesmos que endividaram, desorganizaram e destruíram” o município.
“São os mesmos que na maioria das freguesias geridas pelo PS têm a mesma marca de gestão. Três das cinco freguesias presididas pelo PS atingiram dívidas de quase 500.000 euros aos serviços intermunicipalizados”, referiu, acrescentando que “acumulam dívidas nestas freguesias a todos os fornecedores e a promiscuidade continua”.
A “promiscuidade” socialista final, prosseguiu Bernardino Soares, está relacionada com os candidatos tentarem “convencer a população de que têm o Governo no bolso e que assim é que as obras se vão fazer”, aludindo ao Plano de Recuperação e Resiliência, cujo uso como instrumento eleitoral já havia sido criticado pelo secretário-geral comunista há poucos dias.
“Isto é por um lado uma promiscuidade antidemocrática, mas é também, ainda por cima, completamente falso. Durante os 12 anos em que o PS esteve na Câmara, seis, metade dos anos, esteve também o PS no Governo. E o que é que resolverem durante esse período”, questionou.
Sobre a proposta apresentada pela candidatura do PS para fazer uma saída da A1 nas freguesias de São João da Talha e da Bobadela, o autarca recandidato disse que a CDU já tem um projeto validado e a aguardar “a decisão política” do Governo, enquanto o PS foi incapaz “de parir uma proposta que fosse aceite pela Infraestruturas de Portugal”.
“Dizem agora que vão construir os centros de saúde que fazem falta. Não precisam, nós já estamos a construí-los”, sustentou. Mais tarde, Jerónimo de Sousa, comentou esta medida em específico.
“Dizer que estou contente porque também a minha freguesia de Santa Iria da Azoia lá tem um centro de saúde novo”, assinalou.
O secretário-geral do PS e também primeiro-ministro, António Costa, também alvo das críticas de Bernardino Soares, autarca da CDU e igualmente membro do Comité Central do PCP.
“No outro dia, aqui no nosso concelho, o secretário-geral do PS veio entregar o seu programa eleitoral de 1993 ao candidato do seu partido (…), a dizer que agora é que se ia cumprir aquele programa (…). Esse programa eleitoral podem arquivá-lo porque já estamos a tratar de tudo”, completou.
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