Interpelado pelos jornalistas no final de uma visita à Escola Básica Zeca Afonso, na freguesia de Pinhal Novo, concelho de Palmela (Setúbal), Jerónimo de Sousa considerou que “não há contradição nenhuma” entre as críticas que faz hoje ao PS e eventuais negociações sobre o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) depois das eleições de 26 de setembro.

“Naquilo em que é possível convergência, procuramos a convergência. Naquilo em que existe diferença e divergência, naturalmente, não acompanhamos o Governo do PS. Não há aqui nenhum tabu”, sustentou o dirigente comunista.

Jerónimo de Sousa reafirmou que o compromisso do PCP é com a população portuguesa e que não há um “compromisso formal” ou um “acordo escondido” com os socialistas.

As águas estão separadas e os comunistas sempre o fizeram “com grande clareza e transparência”, completou o membro do Comité Central, por isso, o “PS sabe com o que é que conta em relação ao PCP”.

No entanto, advogou, “isto não significa qualquer quebra ou rotura de diálogo que é necessário em relação, particularmente, a matérias de fundo como é o Orçamento do Estado”.

A Coligação Democrática Unitária (CDU) - composta pelo Partido Comunista Português (PCP), pelo Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) e pela Associação Intervenção Democrática - elegeu o PS como o adversário principal para estas autárquicas, depois de em 2017 perder nove municípios para os socialistas e contabilizar o pior resultado neste ato eleitoral.

No arranque da campanha autárquica e também nas iniciativas de pré-campanha, o secretário-geral do PCP e os candidatos da CDU desdobraram-se em críticas ao que consideram ser a falta de execução das promessas feitas pelo PS nas últimas autárquicas e a irresponsabilidade do Governo por deixar para os municípios investimentos que são da competência do Estado.