Miguel Dias, com 46 anos, é o independente que encabeça a lista do PAN – Pessoas, Animais, Natureza à Câmara do Montijo, onde o partido apresenta também uma lista à Assembleia Municipal, liderada por Mariana Jesus, com 18 anos, que o partido afirma ser a candidata mais jovem do país a um órgão autárquico.
Entre as questões que distinguem o PAN das outras candidaturas, de acordo com o candidato, “a primeira, logo à partida, é a oposição frontal à construção de qualquer aeroporto em Montijo”.
“A ideia também é desincentivar a aviação civil. Mesmo no contexto mundial, e especialmente no contexto europeu, há um movimento no sentido de desincentivar os voos de curta duração e, portanto, muitos dos voos que temos no nosso aeroporto”, afirmou.
O partido pretende dar “uma atenção especial” às questões do ambiente e do território, à melhoria dos espaços públicos, à proteção e bem-estar animal, à participação e à intervenção cívica nas decisões das políticas públicas locais, às liberdades individuais e aos direitos humanos no “combate a todo e qualquer tipo de discriminação” e apostar na cultura e na valorização artística.
O PAN defende também um "olhar especial para a habitação", com “uma lógica diferente para a habitação social”.
“Nós defendemos que o Parque Habitacional Municipal deve ter uma lógica de expressão no território e não ter amontoado e aglomerado em bairros sociais, que é uma lógica que já deveria ter sido descontinuada”, para não se “criarem guetos”, sublinhou.
Outra distinção das restantes candidaturas, é a oposição a touradas, pelo que, caso ganhe as eleições, o PAN vai recusar financiamento público à tauromaquia.
“Para mim, em particular, eu entendo que o caminho não é o da proibição, mas sim de abolir e travar qualquer apoio público direto ou indireto, monetário ou material à tauromaquia. Isso é uma prática muito usual no nosso município. Nós, se por ventura conseguimos conquistar a presidência da Câmara, vamos travar todo e qualquer apoio público. Dinheiros públicos para a tauromaquia, não. A partir daí logo se verá qual o percurso das coisas”, afirmou.
No âmbito do bem-estar animal, o programa do PAN do Montijo prevê ainda a ampliação do canil, atualmente com cerca de 100 animais, a construção de um gatil, que atualmente não existe, facilitar a adoção dos animais adotáveis e abrir à colaboração de associações e de voluntários da sociedade civil o trabalho nesta estrutura, o que atualmente não se verifica.
A criação de uma zona ecológica municipal e a proteção de toda a frente estuarina protegendo “uma localização ambientalmente rica”, é outra das ambições do programa do partido.
"No campo da participação cívica, logo à cabeça deve ser instaurado o orçamento participativo, que o Montijo não tem, mas acima de tudo uma proposta que nos demarca: nós defendemos a implementação da primeira Assembleia Cidadã Municipal regular a nível nacional”, porque “os cidadãos não podem ser chamados apenas de quatro em quatro anos para votar”, destacou.
Esta assembleia de cidadãos seria constituída por “pessoas independentes, que se reúnem para debater sobre determinada temática, que tenha por finalidade chegar a um conjunto de recomendações que influenciem diretamente as políticas públicas sobre determinado assunto”, como ambiente ou políticas da educação, por exemplo.
O PS governa o município do Montijo com quatro eleitos, a CDU tem dois eleitos e a coligação PSD/CDS-PP um.
Além de Miguel Dias, candidatam-se à Câmara do Montijo o atual presidente, o socialista Nuno Canta, assim como João Afonso (PSD/CDS-PP/Aliança), Ana Baliza (CDU), Ricardo Caçoila (BE), João Pereira (IL) e Ricardo Costa (Chega).
As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.
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