Manuela Gonzaga falava aos jornalistas depois de ter passado por vários locais dos Olivais onde foram cortadas "centenas de árvores" nos últimos anos, sem que, "muitas vezes", haja "a publicação de um aviso" e sem que sejam disponibilizados aos moradores "relatórios fitossanitários", segundo explicou a candidata do PAN a esta junta de freguesia nas eleições autárquicas de 26 de setembro, Sílvia Vicente.
As candidatas, acompanhadas por um grupo de cerca de dez pessoas, que levavam algumas bandeiras do Pessoas-Animais-Natureza, passaram, entre outros pontos, por um parque infantil e pela escola básica e jardim de infância Fernando Correia e Oliveira.
"Há aqui um horror patológico ao arvoredo, que só isso explica como é que se criam espaços de recreio para crianças onde não há terra para elas brincarem, só uma coisa de cimento, tipo hangar", afirmou Manuela Gonzaga nas imediações da escola e depois de já ter passado "pelo único" parque infantil "sem árvores nenhumas" que disse ter visto até hoje, "com vista para o aeroporto" e para "uma via rápida".
Manuela Gonzaga condenou, por outro lado, a falta de informação prestada às populações quando há abates de árvores.
"Mais uma vez, é o que temos visto nesta campanha toda, as pessoas não contam, não lhes são dadas explicações nenhumas. Este é o sítio onde as pessoas moram, se as pessoas moram aqui, se fazem parte da cidade de Lisboa, como é que chegam aqui equipas de fora que lhes tiram as árvores, que lhes abatem as árvores, redimensionam isto de outra maneira e não lhes dão qualquer espécie de explicação, e de justificação e de diálogo. Isto é uma falta de respeito pela democracia, uma falta de respeito pelas pessoas. Isto é ditatorial", afirmou.
Manuela Gonzaga sublinhou que o PAN apresenta diversas propostas, no programa com que se apresenta em Lisboa nestas eleições, que visam "arborizar mais" a cidade e "criar "mecanismos de defesa para travar" estes "cortes, abates e podas desajustados e abusivos", que o partido considera "um crime ambiental".
"Além do perigo que significa abdicarmos completamente destes espaços verdes em termos da saúde da população, estamos numa tipologia de terreno com altos e baixos e as árvores são o único garante que há para a derrocada", destacou, dando como exemplo os efeitos recentes de chuvas em diversos países, nomeadamente em zonas que "não estavam arborizadas".
Além de Manuela Gonzaga, concorrem à Câmara de Lisboa Fernando Medina (PS/Livre), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU – PCP/PEV), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), Tiago Matos Gomes (Volt Portugal), Nuno Graciano (Chega), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa).
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