“Não queremos que mais pessoas continuem a sair de Lisboa, que deixem de ter direito ao teto em que viveram (…). Lisboa está a ser sangrada de gente. Não aceitamos que esta cidade se torne num postal ilustrado para milionários onde as pessoas têm de fugir porque não conseguem comer ou pagar um teto. Não aceitamos, não somos um postal ilustrado, somos uma cidade e uma cidade vive de gente”, disse a candidata do Pessoas-Animais-Natureza à presidência da câmara de Lisboa nas autárquicas do próximo domingo.
Manuela Gonzaga, que falava num jantar em Lisboa com dezenas de candidatos do PAN nas autárquicas e com a porta-voz do partido, Inês de Sousa Real, enumerou diversos locais por onde passou nesta campanha, assim como associações que trabalham na área social e na proteção animal com quem contactou.
A candidata concluiu, após este périplo, que há “uma força crescente do PAN” e que Lisboa “está a ser governada”, pelo PS e pelo BE, “a duas velocidades diferentes”, sendo “uma cidade onde a justiça e os direitos humanos, a transparência, a proteção da vida animal e ambiental são tantas e tantas vezes esquecidas”.
“Não fazem agenda, nós estamos cá para mudar isso”, disse Manuela Gonzaga, que pediu por diversas vezes “uma vereação”, garantindo que o PAN tem uma “forma muito diferente de fazer política”.
“Não é dentro de um gabinete que se governa uma cidade, não é à porta fechada que se decidem os destinos de Lisboa”, afirmou, depois de ter contado que esteve em bairros degradados onde os moradores lhe disseram nunca terem recebido a visita do presidente da câmara; que se deparou com juntas de freguesia com seguranças à porta “para os fregueses não incomodarem” ou que ouviu queixas de abates de árvores no Parque Florestal de Monsanto sem qualquer explicação à população.
Manuela Gonzaga criticou os apoios “insuficientes” da câmara às diversas associações com quem contactou e insistiu que se entrar no executivo da câmara o PAN fará avançar medidas como o hospital veterinário municipal, planos de proteção do Tejo e de Monsanto, o fim das touradas ou o reforço dos programas de reinserção de sem-abrigo.
“O voto útil não é para quem lá está. (…) O voto útil é um voto verde, um voto pelos direitos humanos e pelos direitos de todas as espécies. É um voto pela empatia e é um alerta, um alerta de proximidade das alterações climáticas”, afirmou.
Além de Manuela Gonzaga, concorrem à Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS/Livre), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU — PCP/PEV), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), Tiago Matos Gomes (Volt Portugal), Nuno Graciano (Chega), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa).
Comentários