“Nos primeiros seis meses do ano de 2020 foram registadas e tratadas pela AMT 7.756 reclamações, o que corresponde a uma média diária de cerca de 43 queixas por dia”, de acordo com o Relatório sobre Reclamações no Ecossistema da Mobilidade e dos Transportes do primeiro semestre de 2020.
Comparativamente com o número de reclamações recebidas no mesmo período do ano anterior, verificou-se uma descida do número de queixas no primeiro semestre deste ano, que passaram de 8.713 para 7.756 (-11%).
Numa comparação com o semestre anterior, observou-se uma diminuição mais acentuada, de -43,4%, correspondente a menos 5.937 reclamações.
No total de 17 motivos principais de reclamações, 68,4% prendem-se com queixas sobre o “cumprimento defeituoso, cumprimento não conforme com o contrato, incumprimento”, os “preços, pagamento, bilheteiras”, e a “qualidade do atendimento, atendimento deficiente nos estabelecimentos e no atendimento telefónico”, os mesmos motivos invocados pelos utentes no primeiro semestre de 2019.
Do total das queixas no período em análise, 4.012 dizem respeito a registos no Livro de Reclamações físico dos diversos operadores e prestadores de serviços de transportes, 2.867 do Livro de Reclamações Eletrónico, tendo as restantes 877 sido feitas diretamente à AMT ou endereçadas através de outras entidades, esclareceu a autoridade dos transportes.
Em relação aos primeiros seis meses de 2019, verificou-se um aumento das reclamações nos setores rodoviário (+12,6%) e no subsetor rodoviário de passageiros, que registou mais 5,2% de queixas no período em análise, passando de 2.963 para 3.118.
Já nos setores ferroviário e fluvial registaram-se diminuições de 30,8% e 78%, respetivamente, no número de reclamações.
Também os subsetores de transporte ferroviário e fluvial de passageiros assinalaram descidas de 15,8% (-313) e 78,0% (-500), respetivamente.
Segundo os valores apurados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), citados no relatório, o setor ferroviário transportou 52,2 milhões de passageiros no primeiro semestre deste ano, menos 34,7% em relação ao semestre homólogo, o metropolitano transportou 75 milhões de passageiros (menos 42,4% em relação ao primeiro semestre de 2019) e o fluvial 5,8 milhões de passageiros (menos 43,9% em termos homólogos).
A AMT referiu que, à data de produção do relatório hoje divulgado, os dados mais recentes do INE relativos ao transporte de passageiros por rodovia referem-se a 2019, mas, segundo a autoridade estatística, houve um aumento na ordem dos 4,2% dos passageiros transportados por aquela via, em relação ao ano de 2018, ou seja, passou de 543,1 milhões de passageiros em 2018 para 565,9 milhões de passageiros em 2019.
Relativamente ao número de reclamações por milhão de passageiros, verificou-se uma diminuição de 24,4% no subsetor metropolitano de passageiros e de 60,6% no subsetor fluvial, face aos primeiros seis meses de 2019, enquanto no subsetor ferroviário de passageiros assinala-se um aumento de 29%.
A AMT ressalvou que “o presente relatório e as comparações nele constantes não deverão ser dissociadas da pandemia (…), por isso, os números não são, em muitos casos, comparáveis com períodos anteriores”.
“Neste relatório, a análise incidiu na comparação das reclamações recebidas no primeiro semestre de 2020 com as registadas no período homólogo, pois a sazonalidade é um fator que influencia os movimentos de utilizadores no âmbito do Ecossistema da Mobilidade e dos Transportes”, apontou também a AMT.
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