De acordo com fontes do ministério sul-coreano dos Transportes, citadas pela agência de notícias Yonhap, um membro da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e três peritos do Conselho Nacional de Segurança dos Transportes dos Estados Unidos (NTSB) já se encontram em Muan (no sudoeste do país), onde ocorreu o acidente, juntamente com quatro representantes da Boeing.
Juntar-se-ão agora a 11 funcionários do Conselho de Investigação de Acidentes Ferroviários e de Aviação da Coreia do Sul para analisar o incidente em terra.
No domingo, o voo 7C2216, um Boeing 737-800 da transportadora sul-coreana de baixo custo Jeju Air, explodiu depois de aterrar sem o trem de aterragem aberto e embater contra um muro fora da pista no aeroporto de Muan.
O acidente, ao qual sobreviveram duas pessoas, causou 179 mortos, tornando-se o pior desastre de aviação civil de sempre em solo sul-coreano e o pior em 2024 a nível mundial.
Fontes das autoridades sul-coreanas fizeram saber que minutos antes do acidente, a torre de controlo de Muan emitiu um alerta de perigo para a existência de aves e que, pouco depois, o piloto acionou um pedido de socorro, o que sugere que a catástrofe pode ter sido causada por uma colisão com aves.
Nos últimos anos, vários aviões da Boeing foram protagonistas de acidentes que originaram sérios prejuízos para a companhia norte-americana, tanto ao nível da operação, obrigando-a a aterrar uma enorme quantidade de aparelhos, como em compensações e mesmo reputação.
Entre os casos mais mediáticos está a queda de um avião 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines, em março de 2019, que causou 155 mortos, e cujo processo escapou a um processo civil federal nos Estados Unidos na sequência de um acordo extrajudicial entre o construtor e as autoridades etíopes.
Em janeiro deste ano, um Boeing 737 MAX 9 perdeu uma porta em pleno voo e, dias depois, as companhias aéreas norte-americanas United Airlines e Alaska Airlines — a primeira possui a maior frota daqueles aparelhos, 79 aeronaves — pararam todos os aviões para uma inspeção determinada pela FAA, acabando por anunciar que tinham detetado “equipamento mal fixado” durante verificações dos aparelhos.
De acordo com as regras da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), o país onde ocorre o acidente deve iniciar a investigação.
Por sua vez, os países com partes envolvidas, como o operador e o fabricante do avião, têm o direito de participar na investigação, tal como os países com vítimas no acidente.
A Tailândia (dois dos seus cidadãos faziam parte do grupo de passageiros) não anunciou ainda se irá participar no inquérito.
Toda a equipa de investigação deve decidir em breve o que fazer com uma das duas caixas negras do avião, cujo gravador de dados de voo (FDR) ficou parcialmente danificado no acidente, o que pode implicar o seu envio para os Estados Unidos para análise e o prolongamento da investigação.
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