“Propus ao Governo que as entidades que nos podiam apoiar era o escritório de advogados de Campos Ferreira e Sá Carneiro (CS Associados) e a McKinsey para as questões mais financeiras”, afirmou o ex-presidente da CGD durante a sua audição na nova comissão parlamentar de inquérito sobre o banco público.
“Essas equipas não trabalharam para mim. Essas equipas trabalharam comigo para o Estado português”, realçou o responsável, que foi alvo de críticas por ter escolhido estes assessores jurídico e financeiro quando ainda não liderava oficialmente a CGD, que pagou as contas.
“Fiz a proposta no Conselho de Administração e a CGD pagou. O custo que essas auditorias tiveram, entre meados de abril e meados de agosto, ou seja, durante quatro meses, foi de 300 e poucos mil euros a sociedade de advogados e pouco mais de 900 mil euros à McKinsey”, informou Domingues.
“À luz das práticas do mercado são valores relativamente modestos”, considerou.
Luís Marques Guedes, deputado do PSD que interrogava Domingues, citou documentos oficiais e atirou com valores completamente diferentes: pagamento de 810 mil euros os advogados e de cinco milhões de euros a McKinsey.
“Os custos que eu mencionei são absolutamente rigorosos e referem-se ao trabalho desenvolvido durante quatro meses, no apoio que me foi dado a mim e ao Ministério das Finanças na negociação com Bruxelas”, sublinhou Domingues.
E explicou a diferença nos valores que foram hoje colocados pela primeira vez em cima da mesa.
“Quer a McKinsey quer o escritório de advogados, continuaram a trabalhar para a CGD e essas verbas a que se refere, que não posso precisar, acredito que estejam certas”, salientou o gestor.
Antes, o ex-presidente da CGD já tinha garantido aos deputados que não propôs ele próprio qualquer alteração legislativa ao Governo, no que toca ao diploma do estatuto de gestor público, mas admitiu que houve contactos entre o escritório de advogados que o assessorou e o Ministério das Finanças também sobre esta matéria.
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