A presidir à cerimónia, que começou às 08:46 locais (13:46 em Lisboa), precisamente à hora do embate do primeiro de dois aviões numa das duas torres gémeas do WTC, está o Presidente norte-americano, Joe Biden, que é ladeado por vários dos seus antecessores, entre eles Barack Obama e Bill Clinton, que se juntaram a uma multidão de familiares das vítimas e de bombeiros.

Depois do toque de um sino e de um minuto de silêncio, às 08:46, para assinalar a primeira colisão do avião na Torre Norte, o pai da hospedeira de bordo no avião sequestrado, foi o primeiro a dar início à leitura de todos os 2.983 nomes que viriam a ser lidos ao longo da manhã.

“A minha memória volta sempre” à tragédia, declarou o pai, Mike Low. “Nos últimos 20 anos, eu e a minha família vivemos em descrença e com saudades. (…) É um lugar de memórias negras”, acrescentou, referindo-se ao lugar onde hoje decorrem as cerimónias.

Os nomes das vítimas encontram-se gravados nos painéis laterais, que seguram flores e bandeiras dos Estados Unidos. Bandeiras da polícia norte-americana, uma versão a preto e branco da bandeira nacional, com uma linha azul no centro, marcam os nomes dos que deram a sua vida a tentar salvar outros.

Pela cidade, ouve-se o toque de sinos das igrejas que ocorrerá seis vezes ao longo da manhã, para assinalar cada um dos trágicos acontecimentos do dia 11 de setembro, como os momentos de colisão de aviões e a queda das Torres. A cada toque segue-se um minuto de silêncio.

O Presidente vai assinalar o vigésimo aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 com uma visita a três memoriais, onde homenageará os quase três mil mortos dos atentados.

O percurso de Biden é semelhante ao que o Presidente Barack Obama realizou em 2011, no décimo aniversário dos ataques, quando foi inaugurado o memorial no local onde estavam as duas torres atingidas por aviões a 11 de setembro de 2001.

Numa mensagem gravada e partilhada ontem na redes sociais, o Presidente dos EUA, Joe Biden, recordou a história de um amigo, Davis, com quem cresceu em Delaware e que perdeu os filhos nesta data - um no ano anterior aos ataques e no dia dos ataques de 11 de setembro de 2001 - e que o encorajou a dizer às pessoas que não tivessem medo.

"A coragem que foi necessária, depois de duas perdas inimagináveis, é extraordinária", afirmou, salientando as qualidades americanas.

Biden recordou as 2977 vítimas e apelou à união numa altura em que existem grandes divisões políticas.

O 20.º aniversário do ’11 de setembro’ de 2001 acontece numa altura em que os Estados Unidos vivem no rescaldo da pandemia de covid-19 e é ensombrando também pela retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, agora liderado pelos talibãs, que abrigaram os conspiradores dos atentados em solo norte-americano.

Barack Obama elogia os "heróis" da tragédia do 11 de setembro

O antigo Presidente norte-americano Barack Obama elogiou hoje os "heróis" do 11 de setembro de 2001, bem como os dos anos que se seguiram, numa mensagem para marcar o 20.º aniversário dos ataques terroristas nos Estados Unidos.

“Uma coisa que ficou clara no ’11 de setembro’, e tem ficado clara desde então, é que a América sempre foi o lar de heróis que correm em direção ao perigo para fazer o que está certo”, disse Obama, Presidente norte-americano de 2009 a 2017.

Obama sublinhou que a imagem duradoura daquele dia que reteve, juntamente com a mulher, Michelle, não foram os destroços e a destruição, “mas as pessoas”.

Nesse sentido, recordou os bombeiros que subiram as escadas, enquanto outros corriam, e os voluntários que cruzaram o país nos dias que se seguiram.

“Nos últimos 20 anos, vimos a mesma coragem e altruísmo em exibição repetidas várias vezes. Vimos isso há uma década, quando, após anos de persistência, os nossos militares conseguiram parar Osama bin Laden. E estamos a ver isso hoje, nos médicos e enfermeiras, cansados até à exaustão, a fazer o que podem para salvar vidas”, acrescentou, aludindo à pandemia de covid-19.

“Alguns deles nem tinham nascido há 20 anos e colocam-se hoje em risco para salvar os norte-americanos e ajudar os refugiados a encontrar uma vida melhor”, destacou Obama.

A 11 de setembro de 2001, dois aviões de passageiros embateram, com alguns minutos de intervalo (08:46 e 09:04, horas locais, mais cinco horas em Lisboa), nas torres gémeas do World Trade Center, em Nova Iorque, provocando o seu desabamento poucas horas após o impacto.

Um terceiro avião pilotado pelos terroristas colidiu pouco depois contra o edifício do Pentágono e um quarto avião despenhou-se num descampado em Shanksville, no estado da Pensilvânia, após os passageiros e tripulantes terem tentado tomar o controlo do aparelho.

Os atentados perpetrados por membros do grupo terrorista Al-Qaeda causaram a morte a cerca de três mil pessoas naquele que é considerado o maior ataque contra território norte-americano.