Em intervenção na XI Convenção Nacional do BE, em Lisboa, rejeitou ainda a "tese oficial" de que "o Governo minoritário do PS pode conciliar" as regras de Bruxelas com o "virar de página da austeridade".
"Desta convenção sai uma convicção bastante profunda. António Costa disse que éramos bons para ser amigos, mas não para casar. Para nós, não faz sentido casar com o Eurogrupo", resumiu.
Antes, o também subscritor da moção A, intitulada "Um Bloco mais forte para mudar o país" e proposta pela coordenadora bloquista, Catarina Martins, tinha afirmado que, "à direita não há grande questiúncula" sobre a referida tese de compatibilização dos tratados europeus com a melhoria das condições de vida dos trabalhadores "porque a direita, "dogmaticamente, quer o cumprimento do Tratado Orçamental".
"Mas, à esquerda, sentimo-nos insatisfeitos com as grilhetas do Tratado Orçamental e outros aspetos, relacionados com o Eurogrupo e a Comissão Europeia (CE), que têm um programa político que significa reformas estruturais. A saber: privatizações, precarização do trabalho, todo um conjunto de medidas que visam o empobrecimento dos países", afirmou o fundador do BE.
Para o membro da Mesa Nacional bloquista, "esse programa é inaceitável, mas está parcialmente em vigor" em Portugal, através dos consecutivos acordos em sede de concertação social - "isto é Eurogrupo, isto é Comissão Europeia (CE)".
Luís Fazenda classificou ainda de "caricata" a situação de o chefe do Governo português, recentemente, ter de se "defender das previsões" económicas de outono da CE, mais pessimistas que o Orçamento do Estado para 2019 e o Programa de Estabilidade governamentais, concluindo com a tal rejeição ao casamento figurado, mediante as regras do grupo de estados-membros que têm a moeda única.
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