Catarina Martins fez esta proposta em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com o conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), mas a mesma será formalizada num projeto de resolução que recomenda essa medida ao Governo e que o BE apresenta hoje na Assembleia da República, anunciou.
A coordenadora do BE disse que é também “preciso abrir concursos para os médicos especialistas que aguardam concurso” e estão “formados desde abril”, mas “que ainda não tiveram colocação”.
“E entendamos, ou se abre concursos para estes médicos entrarem no SNS e o SNS precisa desses médicos, ou eles vão acabar ou por emigrar ou por ir para o setor privado da saúde. É preciso quanto antes abrir concursos para que os médicos especialistas que o nosso país formou e em que todos investimos tanto dinheiro na sua formação, possam trabalhar no SNS”, afirmou.
No que se refere aos enfermeiros, a dirigente partidária disse que, “para o período da gripe, para o Plano de Contingência, são contratados enfermeiros e enfermeiras em maior número para o SNS” e “era preciso garantir, desde já, que esses contratos se transformam em contratos permanentes” e “quando acaba o Plano de Contingência da Gripe eles não se vão embora”.
“Em Portugal, por cada 100.000 habitantes, há seis enfermeiros. A média europeia são oito. E temos tantos enfermeiros e enfermeiras com uma excelente formação que estão a emigrar ou que já emigraram e que precisamos de voltar a trazer”, exemplificou, referindo-se às necessidades do SNS.
Catarina Martins considerou que esta medida seria “um primeiro passo” para se ter os enfermeiros e enfermeiras de que o país precisa no SNS e iria “transformar em permanentes os contratos que são temporários do Plano de Contingência da Gripe”.
Questionada sobre quantos profissionais a medida poderia abranger, a coordenadora do BE respondeu que “só aqui, no Algarve, faltam 350 enfermeiros” e “o Governo anunciou a contratação de 200 enfermeiros” para todo o país no âmbito do Plano de Contingência da Gripe.
“Se todos os que estão no plano de contingência da gripe quisessem ficar, continuávamos a precisar de enfermeiros no país”, matizou, reconhecendo que “não soluciona o problema da falta de enfermeiros em todo o país, mas é um primeiro passo”.
Catarina Martins considerou ainda necessário que sejam feitos investimentos que foram adiados nos últimos anos e levaram a que os blocos operatórios não utilizam a capacidade instalada.
“É necessário que os investimentos que foram aprovados avancem rapidamente. Nomeadamente aqui no Centro Hospitalar do Algarve, há uma série de investimentos que podem permitir internalizar serviços de diagnóstico, podem permitir aumentar números de cirurgias, uma vez que a capacidade instalada não está a ser utilizada porque há equipamentos que ficaram obsoletos e não foram substituídos”, disse, defendendo que esses investimentos “têm que ser feitos e não podem continuar a aguardar autorização na secretária do senhor ministro das Finanças”.
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