“Que medidas pretende o Ministério da Administração Interna tomar ou exigir quanto à empresa 2045 que garante a segurança da STCP? Pondera o ministério, por exemplo, retirar a licença a esta empresa?”, questiona o BE, que quer também garantias de que os agentes do PSP presentes no local da agressão “tudo fizeram para garantir que este crime é investigado sem que nenhuma prova se tenha perdido entretanto”.
O grupo parlamentar bloquista, endereçou hoje as perguntas ao ministério na sequência da agressão imputada ao segurança da empresa 2045, na noite de São João, no Porto, à jovem luso-colombiana, situação que descreveu como "um ato de violência gratuita, desproporcional, ilegítima e chocante".
Sobre a atuação do segurança de serviço no local como fiscal da STCP (Sociedade de Transportes Coletivos do Porto), o documento do BE cita relatos que dão conta de que "as agressões foram motivadas única e exclusivamente pelo racismo e xenofobia daquele funcionário".
O funcionário, ainda segundo relatos citados pelo BE, "insultou a jovem mais do que uma vez, referindo-se à mesma como ‘preta de merda' ou tecendo comentários como ‘gente como vocês, pretos, só arranjam problemas'".
Também o PS já exigiu que o Governo atue junto das forças policiais para que haja consequências da agressão "racista" de que foi vítima aquela jovem e que conclua "rapidamente" o diploma sobre segurança privada.
Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo líder parlamentar socialista, Carlos César, depois de Nicol Quinayas, de 21 anos, nascida na Colômbia, ter sido violentamente agredida e insultada, na madrugada de domingo, no Porto, por um segurança da empresa 2045 a exercer funções de fiscalização para a STCP.
A empresa de segurança privada 2045 revelou na quarta-feira ter iniciado um processo de averiguações interno relacionado com a agressão à jovem.
“O processo de averiguações interno está a decorrer", indicou a empresa, não adiantando quando o concluirá.
Sem nunca mencionar a acusação de "motivações racistas" avançada pela agredida, a 2045 referiu, no entanto, ter "cerca de 3.000 funcionários, entre vigilantes e colaboradores da estrutura", que incluem "elementos de várias etnias", assegurando não haver "qualquer tipo de descriminação de nacionalidade, religião, raça ou género".
A jovem residente no concelho de Gondomar, distrito do Porto, teve de ser assistida no Hospital Santo António.
Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, a SOS Racismo exigiu às empresas envolvidas, "STCP e 2045, uma tomada de posição pública imediata", denunciando "as referidas práticas racistas e assumindo todas as medidas necessárias para punir o(s) responsável(eis)".
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