Segundo informação veiculada pelo Conselho Superior da Magistratura (CMP) a pedido do juiz do Tribunal Central Criminal (TCIC) Carlos Alexandre, o empresário e o seu advogado de negócios vão passar a responder também por falsidade informática, falsificação, abuso de confiança qualificada e descaminho ou destruição de objetos colocados sob o poder público.

Estes crimes juntam-se àqueles que já lhes eram atribuídos, envolvendo burla qualificada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.

De fora dos ilícitos imputados a Joe Berardo e a André Luíz Gomes ficou o crime de administração danosa, do qual deverá ser indiciado um dos restantes arguidos.

Segundo informação do juiz Carlos Alexandre veiculada pelo CSM, os arguidos foram apresentados ao TCIC às 16:00 e começaram a ser ouvidos às 17:15.

O processo que levou à detenção do empresário Joe Berardo conta com 11 arguidos, dos quais seis são empresas e cinco individuais.

Fonte ligada ao processo disse à Lusa que, dos cinco arguidos individuais apenas dois estão detidos, Joe Berardo e André Luíz Gomes, ambos presentes hoje ao juiz do TCIC.

Vários órgãos de comunicação social avançaram desde terça-feira que um dos arguidos é o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos Carlos Santos Ferreira, informação não confirmada oficialmente.

O caso foi tornado público depois de uma operação em que foram feitas cerca de meia centena de buscas, 20 domiciliárias, 25 não domiciliárias, três a estabelecimentos bancários e uma a escritório de advogado, tendo ainda sido emitidos dois mandados de detenção, visando o empresário e o seu advogado de negócios e de longa data André Luíz Gomes.

Segundo comunicados da PJ e do DCIAP, nesta investigação, que decorre no âmbito do denominado processo Caixa Geral de Depósitos (CGD), existem suspeitas da prática de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento e, eventualmente, crimes cometidos no exercício de funções públicas.

A PJ esclareceu que se trata de um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros" e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à CGD, ao Novo Banco e ao BCP.