A audição pelo juiz Ivo Rosa, estava marcada para as 16:00, no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), no Campus de Justiça, em Lisboa, duas horas após a inquirição do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, cujo testemunho foi também requerido pela defesa de Ricardo Salgado.
Carlos Costa era o governador do Banco de Portugal em funções em agosto de 2014, quando foi anunciada a resolução do Banco Espírito Santo (BES), tendo a decisão sido comunicada ao país pelo próprio governador.
“O conselho de administração do Banco de Portugal deliberou hoje aplicar ao Banco Espírito Santo, SA uma medida de resolução. A generalidade da atividade e do património do Banco Espírito Santo é transferida para um banco novo, denominado de Novo Banco, devidamente capitalizado e expurgado de ativos problemáticos”, afirmou Carlos Costa, numa declaração, no dia 03 de agosto de 2014, transmitida em direto pela televisão.
O ex-banqueiro e presidente do BES prescindiu de 33 das mais de 80 testemunhas inicialmente arroladas no seu requerimento de abertura de instrução (RAI), estando agora convocadas para prestar declarações 50 testemunhas, 12 das quais residentes no estrangeiro, de acordo com o despacho do juiz Ivo Rosa.
O processo BES/GES conta com 29 arguidos (23 pessoas e seis empresas), num total de 356 crimes. A abertura de instrução foi requerida por 16 arguidos e nos autos estão constituídos até ao momento 123 assistentes.
Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o Ministério Público (MP), cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
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