“Saudamos a indicação de sanções pessoais e direcionadas contra membros do regime da Bielorrússia e também as duas medidas, como o bloqueio de sobrevoos sobre a Bielorrússia para companhias aéreas da UE e o bloqueio de sobrevoos e aterragens na Europa de companhias bielorrussas, em particular, a Belavia”, afirmou o italiano em conferência de imprensa no Conselho Europeu.
Ao mesmo tempo, dirigiu um convite aos aeroportos europeus para exibirem uma fotografia do jornalista detido pelas autoridades bielorrussas, Roman Protasevich, e a sua namorada, Sofia Sapega.
“Seria muito bom — e este é um convite que estou a fazer -, se nos principais aeroportos dos países da UE fosse exposta uma fotografia do Roman [Protasevich] como um sinal, para que a nossa solidariedade não falhe”, acrescentou.
O voo 4978 Atenas-Vilnius da Ryanair foi forçado a aterrar na capital da Bielorrússia, Minsk, no domingo, por ordem das autoridades desse país, com o argumento de que estava a ser alvo de uma ameaça de bomba.
O avião, escoltado por um caça Mig-29, pousou no aeroporto de Minsk, onde Roman Protasevich, jornalista e ex-chefe de redação do canal de redes sociais Nexta Live, e a sua namorada, Sofia Sapega, de 23 anos, estudante da Universidade Europeia de Vílnius, foram detidos sob acusação de atividades “extremistas” contra o regime de Lukashenko e obrigados a sair do avião.
O canal de redes sociais Nexta Live desempenhou um papel importante na coordenação dos protestos em massa que se seguiram à polémica eleição presidencial na Bielorrússia, no ano passado, e publicou recentemente um documentário acerca da fortuna pessoal de Lukashenko.
Segundo o opositor bielorrusso Pavel Latushka, além de Protasevich e a namorada, outros quatro passageiros de nacionalidade russa saíram do avião, que depois aterrou em Vílnius com mais de oito horas de atraso.
No dia 30 de março, a líder da oposição exilada na Lituânia, Svetlana Tikhanovskaia, foi convidada a participar numa sessão do Senado polaco, na qual pediu a intervenção das Nações Unidas (ONU), União Europeia (UE), Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e dos países da região para acabar “o mais rapidamente possível” com a “impunidade” do regime de Lukashenko.
A Bielorrússia atravessa uma crise política desde as eleições de 9 de agosto de 2020, que segundo os resultados oficiais reconduziram o Presidente, Alexander Lukashenko, no poder há mais de duas décadas, para um sexto mandato, com 80% dos votos.
A oposição denunciou a eleição como fraudulenta e reivindicou a vitória nas presidenciais.
Desde então, o país testemunhou uma vaga de protestos populares para exigir o afastamento de Lukashenko, manifestações conduzidas pela oposição que têm sido reprimidas com violência pelas forças de segurança da Bielorrússia.
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