Este é o quinto consistório público para a criação de cardeais no pontificado de Francisco.
O papa anunciou a 20 de maio a criação, como cardeal, de António Marto, bispo de Leiria-Fátima, de 71 anos, integrado numa lista que inclui colaboradores diretos do papa e responsáveis do Paquistão, Peru e Madagáscar.
Os 11 novos cardeais eleitores (por ordem de anúncio pontifício) são o patriarca Louis Sako, do Iraque; D. Luis Ladaria, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (Santa Sé); D. Angelo De Donatis, vigário do Papa para a Diocese de Roma; D. Giovanni Angelo Becciu, substituto da Secretaria de Estado do Vaticano; D. Konrad Krajewski, esmoler pontifício; D. Joseph Coutts, arcebispo de Karachi (Paquistão); D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima; D. Pedro Barreto, arcebispo de Huancayo (Peru); D. Desiré Tsarahazana, arcebispo de Toamasina (Madagáscar); D. Giuseppe Petrocchi, arcebispo de L’Aquila (Itália); D. Thomas Aquinas Manyo, arcebispo de Osaka (Japão).
O papa criou ainda três cardeais com mais de 80 anos: Sergio Obeso Rivera, arcebispo emérito de Xalapa (México); Toribio Ticona Porco, bispo emérito de Corocoro (Bolívia); padre Aquilino Bocos Merino, missionário Claretiano.
Segundo a agência Ecclesia, ainda hoje antes da cerimónia, o papa Francisco enviou uma carta a todos os novos cardeais, pedindo-lhes sobriedade, comunhão e alegria nas suas novas funções.
“Esta alegria do Povo de Deus, devemos guardá-la com o nosso coração de pastores, não permitindo que a mundanidade lhe tire nobreza. Não permitas que o espírito mundano a desprestigie com expressões festivas e celebrações de tipo mundano. A alegria segundo Deus é, sempre, sóbria e profunda”, escreveu Francisco.
O papa fala numa “proximidade” entre Roma e as várias dioceses do mundo, “com a sua história, tradição, cultura, modo de pensar e celebrar a alegria do Evangelho”.
A celebração começou com um momento de oração em silêncio do papa, sobre o túmulo do apóstolo São Pedro, seguindo-se a saudação do primeiro dos novos cardeais, D. Louis Sako, patriarca do Iraque, em nome de todos os presentes, antes de uma oração proferida por Francisco, a leitura do Evangelho e a homilia.
Após esta intervenção, o papa leu a fórmula de criação e proclamou em latim os nomes dos cardeais, seguindo-se a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao papa e seus sucessores.
Cada um dos novos cardeais ajoelhou-se junto ao papa para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação.
O barrete púrpura como sinal da dignidade cardinalícia, simboliza, segundo as palavras do papa Francisco, que devem estar prontos a comportar-se com coragem “pelo incremento da fé cristã, da paz e do bem do povo cristão, e pela liberdade e a expansão” daquela igreja.
Francisco entregou ainda um anel aos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma – que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.
Segundo a agência Ecclesia, o Colégio Cardinalício vai passar a contar com 125 eleitores (59 dos quais criados por Francisco) e 102 cardeais com mais de 80 anos, os quais não têm direito a voto num eventual conclave para eleição de um novo Papa.
Portugal estava até hoje representado por três cardeais: Manuel Clemente, patriarca de Lisboa; Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito, e José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, ambos com mais de 80 anos.
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