“Antes de falar em Ministério Público, quem tem um pouco de juízo sabe que foi uma palhaçada lá. [O relatório da] CPI do Renan [Calheiros]”, disse Jair Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan News.

O chefe de Estado brasileiro admitiu, porém, que uma alegação desta natureza “causa muitos problemas”.

Bolsonaro também garantiu que não está preocupado com o seu futuro, já que o relatório da comissão parlamentar “não vale nada”, mas reconheceu que “fora do Brasil a imagem é péssima” e afeta até a economia do país.

“Há quem acredite que temos uma ditadura aqui, que prendo jornalistas, que cerceio a liberdade de expressão, que matei gente na pandemia e isso influencia quem quer investir no Brasil e depois não investe”, afirmou.

Segundo o governante, “tudo isso afeta a bolsa [de valores], a cotação do dólar, a inflação, prejudica todos”.

Jair Bolsonaro avaliou que as acusações contra si são movidas apenas pelos “interesses políticos de sete senadores”, em referência ao número de parlamentares que aprovaram o relatório da CPI da pandemia, que tinha 11 membros.

O relatório foi aprovado na terça-feira e faz duras acusações contra Bolsonaro e outras 77 pessoas e duas empresas por ações na pandemia, que no Brasil matou mais de 606 mil e infetou mais de 21,7 milhões de pessoas.

Bolsonaro é acusado de crimes contra a humanidade, violação de medidas sanitárias, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documentos, uso irregular de dinheiro público, prevaricação, epidemia com resultado morte e ataques à dignidade do cargo de Presidente.

Agora, estas denúncias serão apresentadas aos tribunais do país e, no que concerne a Bolsonaro, ao gabinete do procurador-geral da República, Augusto Aras.

As conclusões da CPI da pandemia também serão remetidas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Penal Internacional de Haia, devido à alegada prática de crime contra a humanidade.