Em Lisboa, a greve, que dura até 2 de janeiro, começou às 20:00 (início de turno) no Regimento de Sapadores de Bombeiros, estando prevista uma concentração de bombeiros sapadores no Quartel da Graça, com a presença de dirigentes dos sindicatos que marcaram a paralisação, e nas instalações dos bombeiros na avenida D. Carlos I, em Lisboa.
Na avenida D. Carlos I, em São Bento, o presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto, disse à agência Lusa que a greve começou ali pelo “simbolismo e ponto de partida para o resto do país”.
“Às 00:00, a greve começa em todo o país, em todas a cidades onde existam sapadores bombeiros, bombeiros municipais, nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, no sentido de informar a população e dizer ao Governo que estamos cá para negociar e que queremos continuar a negociar, mas que tem de ter em conta aquilo que é o serviço que os bombeiros prestam”, afirmou.
Fernando Curto deixou claro que durante esta greve “o socorro está garantido” e que “toda a população pode estar descansada que os bombeiros estarão lá, porventura até mais, porque ficam mais bombeiros no quartel do que nos outros dias, e todos os outros serviços estão assegurados”.
“Não podem [o Governo] desvalorizar os bombeiros profissionais, não porque estamos em greve muito dias, mas porque é importante, por um lado valorizá-los e por outro lado sustentabilizar a profissão”.
O dirigente associativo disse que “a carreira dos bombeiros não pode ser diminuída” e explicou que existem atualmente “sete postos no início da carreira e três na chefia e o Governo quer diminuir as chefias para um posto e na carreira de intervenção para três postos”.
“Não pode ser, porque inviabiliza a progressão e o socorro não pode ser dessa maneira”, declarou.
A greve engloba todos os bombeiros profissionais a
Esta greve foi marcada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
Os dois sindicatos dizem que os profissionais procuram, no essencial, “reverter decisões e opções políticas que de forma inédita agravam a vida e o trabalho de milhares de bombeiros profissionais”.
“Esta paralisação nacional tem como objetivo reivindicar a dignificação e valorização da carreira e pelo direito a aposentação e reforma condignas após o limite de idade que a especificidade e as exigências do exercício das funções impõem”, refere a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP)/Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP).
Os bombeiros profissionais, adianta um documento conjunto, lutam pela criação de um regime de reserva, “pelo vínculo de nomeação e pela manutenção estatutária da carreira como corpo especial de Proteção Civil”, bem como pela “habilitação e qualificação específica para a criação de carreira ou categoria de oficial bombeiro”.
O anúncio da greve de 15 dias foi feito numa concentração no início do mês na praça do Comércio, em Lisboa, contestando o novo estatuto profissional que regula a carreira especial de sapador bombeiro e de oficial sapador, e o novo regime de aposentação, aprovados na generalidade pelo Governo a 25 de outubro.
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