Em conferência de imprensa, elementos da direção da FNBP, que junta a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e a Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários (APBV), elencaram um conjunto de pretensões, entre as quais ter representação em todos os órgãos de decisão política e legislativa em matéria de bombeiros e fazer parte da gestão do Fundo Social do Bombeiro, entre outras, insistindo que "o sector está unido".
A formação dos bombeiros e o papel da Escola Nacional de Bombeiros, a aposentação e a profissão de desgaste rápido, bem como os seguros de vida e de acidentes são itens sobre os quais a FNBP pretende dar o seu contributo.
"Nós sabemos muito bem o que queremos e o que fazemos, no terreno trabalhamos em conjunto, mas às vezes para esconder problemas estruturais de organização usam-nos. É altura de ouvirem as nossas propostas", disse Sérgio Carvalho, vice-presidente da ANBP, sublinhando que a Escola Nacional de Bombeiros "tem de ser revista" e que deve estar na dependência direta da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Segundo Rui Silva, presidente da APBV, "a federação entende que é necessário profissionalizar mais e melhor o sector e discorda dos atuais modelos", alertando que atualmente em Portugal há "um socorro de primeira, segunda e terceira classes", dependendo do local onde é prestado.
Outra questão levantada por Rui Silva prende-se com o pagamento de seguros: "não é possível que um bombeiro voluntário que tenha um acidente receba o seguro de acidentes pessoais indexado ao salário mínimo nacional".
"Não chega só chamarem-nos heróis. Gostaria que quem tutela tivesse algum cuidado nestes aspetos. São estas questões que unem bombeiros voluntários ou profissionais", frisou.
Fazer parte da gestão do Fundo Social é outra das reivindicações da federação que pretende que o montante do fundo seja tornado público e que o apoio aos bombeiros seja mais célere.
"O fundo foi criado para os bombeiros, mas os bombeiros não veem o reflexo do fundo nem sabemos qual é o valor que tem, quantos milhões tem. Se é para apoiar os bombeiros nos acidentes, às famílias para as propinas da escola onde anda essa fundo e como chega aos bombeiros", questionou Sérgio Carvalho.
Outra das críticas apontadas pela Federação é a idade da reforma dos bombeiros que está definida nos 66 anos e quatro meses, recordando que quase 200 bombeiros ficaram acidentados nos incêndios de verão e que lhes retiraram a bonificação que permitia antecipar cinco a seis anos a reforma.
Para as próximas semanas, mas ainda sem data marcada, está prevista uma reunião da federação com o secretário de Estado da Administração Interna.
Além do encontro nacional marcado para 17 de dezembro em Carnaxide, a FNBP pretende elaborar uma Carta de Princípios ressalvando que "não pretende ser uma força de oposição, mas de colaboração".
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