“O Governo, com o responsável direto da Proteção Civil, aqui está, acompanhando também o primeiro-ministro [António Costa] a par e passo este processo, porque o informo permanentemente do desenrolar dos acontecimentos”, disse José Artur Neves.
Em declarações aos jornalistas, junto das pedreiras em Borba onde, no dia 19 deste mês, aconteceu o deslizamento de terras e o colapso de um troço da estrada municipal 255, provocando, pelo menos, quatro mortos e um desaparecido, o secretário de Estado reagia às declarações da líder do CDS-PP, que também esteve nesta cidade alentejana, na quinta-feira.
A presidente “centrista”, Assunção Cristas, no final de uma reunião com elementos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Borba, acusou o Governo de ter como padrão nunca assumir responsabilidades e considerou “estranha” a ausência de membros do executivo socialista em Borba, após colapso da estrada.
Para o secretário de Estado da Proteção Civil, que lembrou que a sua deslocação de hoje a Borba, no dia em que foram retirados os corpos da terceira e da quarta vítimas mortais, é a segunda que efetua ao ‘teatro de operações’, onde também já tinha estado no dia do acidente, esta “acusação” não corresponde à verdade e não faz “sentido”.
“Não é verdade. Eu estive cá desde o primeiro momento, diariamente vou acompanhando este processo complexo, ligando para o presidente da câmara, para todos os operacionais e mesmo o meu gabinete tem estado aqui, em algum tempo, permanentemente, diariamente, portanto, não é verdade”, contrapôs.
Segundo José Artur Neves, através da sua presença, “obviamente” que “todo o Governo” está “presente no ‘teatro de operações’”.
“E esse acompanhamento é devido, como aliás ele [o primeiro-ministro] o afirmou desde a primeira hora”, sublinhou o secretário de Estado, frisando que tem acompanhado este “trágico” e “dramático” incidente “desde o primeiro momento”.
Em relação aos corpos das duas vítimas recuperados hoje, que se encontravam no interior de uma das duas viaturas automóveis que a Proteção Civil procurava no plano de água da pedreira mais profunda, José Artur Neves elogiou o trabalho dos operacionais e a coordenação dos trabalhos por parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
“A viatura que foi descoberta estava meio enterrada e meio no exterior, em plena água, onde não há visibilidade alguma”, referiu, acrescentando que, agora, “continua” o trabalho centrado na pesquisa da outra viatura que as autoridades pensam estar submersa, com um desaparecido, um homem de 85 anos de Alandroal.
“Poderá demorar muito tempo”, avisou, explicando que a operação de drenagem da água “é muito complexa” e não tem permitido evoluir mais do que 70 centímetros por dia, podendo demorar “muitas semanas e até meses”.
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