Numa carta dirigida à chefe do governo autónomo, Nicola Sturgeon, hoje tornada pública, Johnson lembrou que ela e o antecessor, Alex Salmond, prometeram que o referendo de 2014 seria uma oportunidade "única no espaço de uma geração".
Na consulta pública realizada há cinco anos, 55% dos eleitores votaram contra a independência.
"O governo britânico vai continuar a respeitar a decisão democrática do povo escocês e a promessa que lhe fizeram. Por essa razão, não posso aceitar o pedido de transferência de poderes que levaria à realização de mais referendos sobre a independência", justifica.
Nicola Sturgeon apresentou em dezembro uma proposta formal para que o primeiro-ministro britânico autorize um novo referendo sobre a independência da Escócia relativamente ao Reino Unido em 2020, alegando que os resultados do Partido Nacionalista Escocês (SNP) nas eleições de 12 de dezembro, nas quais conquistaram 48 dos 59 assentos eleitos na região, representam um "mandato democrático" para realizar um segundo referendo no final de 2020.
"A Escócia deixou muito claro na semana passada que não quer que um governo conservador liderado por Boris Johnson nos tire da União Europeia", argumentou então a também líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP).
No referendo de 2016, quando 52% dos eleitores britânicos votaram a favor do ‘Brexit', 62% dos escoceses votaram a favor da permanência do Reino Unido na UE.
A via legal para realizar um novo referendo implica que o governo britânico transfira para o executivo escocês os poderes contidos na chamada Secção 30 da lei sobre a autonomia da Escócia, o que daria ao Parlamento escocês a capacidade de convocar um referendo, tal como foi aconteceu em 2012.
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