A embaixada russa em Sarajevo avisou na quinta-feira que “no caso de uma reaproximação entre a Bósnia e a NATO”, a Rússia reagiria “a esse ato hostil”.
Na mensagem de Moscovo não foram especificadas as medidas que seriam tomadas contra a Bósnia, que há muito manifesta a intenção de aderir à aliança atlântica e à União Europeia, como objetivo estratégico.
Zeljko Komsic, o membro croata na Presidência tripartida da Bósnia, disse que a declaração de Moscovo representa “uma ameaça velada” não apenas contra a Bósnia, mas também contra os seus aliados ocidentais, incluindo os Estados Unidos.
“É claramente um jogo geopolítico que a Rússia está a jogar para impedir a expansão da NATO na Europa”, disse Komsic.
O principal partido na Bósnia, Ação Democrática, disse que a declaração russa representa “nova intromissão inadequada” de Moscovo nos assuntos internos bósnios.
A Bósnia faz parte do Plano de Ação para Membros da NATO, um programa de aconselhamento e assistência projetado para países que desejam aderir à aliança.
Bósnia, Kosovo e Sérvia, este último sendo um aliado russo, permanecem como as únicas nações dos Balcãs que não são membros da NATO, depois de Montenegro se ter agregado à aliança em 2017 e a Macedónia do Norte se tornado membro no ano passado.
Os sérvios da Bósnia – que controlam cerca de metade do país, após um acordo de paz patrocinado pelos EUA e que encerrou uma guerra sangrenta, na década de 1990 – são aliados próximos da Rússia e continuam contra a adesão à NATO.
A porta-voz da OTAN, Oana Lungescu, disse que cada país tem o seu próprio direito de decidir como lidar com a sua segurança e que nível de cooperação deseja ter com a aliança militar de 30 nações.
“Nenhum terceiro tem o direito de intervir ou vetar tal processo. Quaisquer ameaças a este respeito são inaceitáveis. O tempo das esferas de influência acabou”, disse Lungescu, num comunicado.
Lungescu disse ainda que a NATO e a Bósnia alimentam “uma cooperação de longa data e mutuamente benéfica” e que a cooperação bósnia com a aliança não prejudica qualquer potencial futura adesão à NATO”.
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