A informação foi avançada pelo jornal Folha de S.Paulo, que acrescentou que as autoridades brasileiras pediram celeridade no envio dos dados, para evitar que os envolvidos apaguem o material.
O pedido foi feito através de inquéritos que tramitam em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF), que investigam a disseminação de notícias falsas e o financiamento de atos antidemocráticos, como o encerramento do Congresso e do Supremo, assim como o regresso de uma ditadura militar.
Na quarta-feira passada, o Facebook anunciou que eliminou uma série de contas e páginas dedicadas à difusão de notícias falsas ligadas a funcionários de Jair Bolsonaro, e a dois dos seus filhos.
A rede social informou que removeu um total de 35 contas pessoais, 14 páginas e um grupo no Facebook e outros 38 perfis no Instagram, algumas das quais se faziam passar por meios de comunicação, criavam pessoas fictícias e promoviam “discursos de ódio”.
A empresa afirmou que a rede está ligada a funcionários dos escritórios de Bolsonaro e dois dos seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, além de dois parlamentares do Partido Social federal (PSL, formação política com que o atual Presidente se elegeu, mas que abandonou no ano passado), Alana Passos e Anderson Moraes.
“Embora as pessoas por detrás dessa atividade tentassem ocultar as suas identidades e coordenação, a nossa investigação encontrou ligações para indivíduos associados ao PSL e a alguns dos funcionários dos escritórios de Anderson Moraes, Alana Passos, Eduardo Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro”, indicou o Facebook em comunicado.
A rede social revelou ainda que cerca de 883.000 perfis seguiam uma ou mais das páginas vinculadas a Bolsonaro e outras 917.000 pessoas eram seguidores de uma ou de mais contas no Instagram, que foram agora removidas.
Bolsonaro é investigado pelas autoridades eleitorais em processos por alegadamente ter usado robôs para difundir notícias falsas durante a campanha eleitoral que o levou à presidência, em 2018.
Também o Supremo brasileiro abriu uma investigação no mês passado contra aliados e amigos próximos do Presidente, por suspeitas de usarem as redes sociais para espalhar propostas antidemocráticas, como encerramento do Congresso e do STF, e o regresso de uma ditadura militar.
A autorização para a Polícia ter acesso aos dados do Facebook cabia ao juiz Alexandre de Moraes, que ao final da manhã de hoje atendeu ao pedido das autoridades, segundo o jornal Estadão.
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