“As 25 toneladas de ‘pellets’ de plástico que se espalharam na costa galega ameaçam o ambiente marinho e atividades económicas como a pesca. Estamos desejosos por discutir como podemos ajudar melhor”, disse o comissário europeu para o Ambiente, Oceanos e Pesca, Virginijus Sinkevicius, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
O comissário europeu acrescentou que normas europeias sobre derrames de ‘pellets’, como são conhecidas estas minúsculas bolas de plástico, e “ação internacional” são fundamentais para combater a poluição com plásticos.
A Comissão Europeia propôs em outubro passado um regulamento para limitar os derrames no ambiente e a poluição com microplásticos, que tem de ser negociado com o Conselho e com o Parlamento Europeu.
Bruxelas argumentou que os microplásticos como estas pequenas bolas que estão a chegar às praias do norte de Espanha não se degradam e “acumulam-se nos animais, incluindo peixes e mariscos, e, consequentemente, os humanos também os consomem nos alimentos”.
As ‘pellets’ têm menos de 5 milímetros de diâmetro, são usadas na indústria de plásticos e, segundo dados do EU Monitor, estima-se que só no ano de 2019 se perderam no meio ambiente entre 52.140 e 184.290 toneladas.
Segundo informações divulgadas pelo Governo espanhol, o armador do barco que em 08 de dezembro perdeu contentores da carga que transportava, a 80 quilómetros de Viana do Castelo, disse que caíram ao mar mais de mil sacos com cerca de 26,2 toneladas destas bolas de plástico.
Nos outros contentores caídos ao mar (pelo menos mais cinco) havia pneus, rolos de película aderente e barras de alumínio, segundo as informações fornecidas pelo armador do barco às autoridades espanholas.
Os primeiros sacos com as bolas de plástico foram identificados em 13 de dezembro em praias da Galiza, na fronteira com o norte de Portugal.
No entanto, foi no final da semana passada que começaram a chegar à costa da Galiza, em quantidade, as bolas de plástico dispersas, fora de sacos.
O governo regional galego ativou na sexta-feira passada o Plano Territorial de Contingências por Contaminação Marinha da Galiza e esta semana fizeram o mesmo todas as outras regiões do norte de Espanha (Astúrias, Cantábria e País Basco).
A ministra do Ambiente de Espanha, Teresa Ribera, disse na segunda-feira que as autoridades do país não sabem ainda “qual é a magnitude daquilo que pode acontecer”.
O ministro com a pasta da Pesca, Luis Planas, assegurou, por seu turno, também na segunda-feira, que até agora não há impacto na atividade da pesca por causa destes plásticos ou “informações de problemas ligados a esta situação que derivem em problemas para o consumo de peixe e marisco”. Em Portugal, não foram identificados plásticos deste derrame na costa, segundo as autoridades.
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