No final de uma visita à Associação Académica de Coimbra, no âmbito da campanha para as europeias, Sebastião Bugalho foi questionado sobre o Plano de Ação para as Migrações, que põe fim ao regime excecional que permitia a um estrangeiro entrar em Portugal e só depois pedir autorização de residência, e a criação de uma estrutura de missão para regularizar processos pendentes, estimados em 400 mil, entre outras medidas.
Questionado se o apertar de regras em Portugal contrasta com as melhorias que o cabeça de lista da AD tem dito querer introduzir no pacto europeu para as migrações, Sebastião Bugalho manifestou outra visão sobre o sentido das políticas do Governo.
“No meu entender, as regras não vão ser apertadas, vai ser removido um instrumento que causou o caos”, disse.
O candidato, citando documentos oficiais do Governo, disse que o mecanismo de manifestação de interesse, “banalizado em 2017”, fez com que “duplicassem as vítimas de tráfico humano” em Portugal.
“Este pacote de medidas não veio fechar nada, veio resolver um problema, veio combater o tráfico humano. Não podemos ter medo de resolver os problemas que metem medo às pessoas, se não elas vão continuar a ter medo, inclusivamente às 400 mil pessoas que tinham a sua situação por regulariza”, referiu.
Sebastião Bugalho citou também a posição do antigo diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, António Vitorino, que, em declarações à CNN, considerou o plano equilibrado e realista.
“Acha que, se as medidas do governo tivessem alguma coisa a ver com a extrema-direita, ou com algumas restrições, António Vitorino as vinha elogiar? Tenho a certeza que não, eu também não as elogiaria”, afirmou.
O cabeça de lista da AD reiterou que a visão da coligação para a imigração “é uma visão humana que quer reforçar os mecanismos de imigração legal para combater a imigração ilegal e o trafico humano”.
Questionado se “lhe dá jeito” que o Governo apresente pacotes de medidas durante a campanha, Bugalho respondeu que o importante “é que o Governo governe bem”.
“Não estava à espera que o governo suspendesse a atividade governativa nas semanas de campanha? Não pode ajudar-me a mim, pode ajudar 400 mil migrantes com situação por regularizar”, afirmou.
Sebastião Bugalho defendeu que o plano de ação apresentado pelo Governo na segunda-feira “não é para ajudar a AD nas europeias, é para ajudar as pessoas que o PS não ajudou nos últimos nove anos”.
O candidato foi novamente questionado sobre metas de campanha e sobre o elevar das expectativas pelo seu mandatário nacional, Carlos Moedas, que na segunda-feira disse acreditar que a AD vai vencer com “uma grande, grande diferença”.
Sebastião Bugalho disse só sentir responsabilidade pela sua candidatura e, à pergunta se sente ter o futuro de Luís Montenegro e Carlos Moedas nas mãos, respondeu que “apesar de ter mãos grande” não sente essa pressão.
“O Governo está bem, o presidente da Câmara está ótimo. O Governo não depende de mim, a Câmara de Lisboa não depende de mim e oxalá o futuro de Portugal possa contar com a AD no Parlamento Europeu”, desejou.
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