A alteração, introduzida por proposta do partido pró-Rússia de extrema direita Vazrajdane (Renascimento), foi aprovada com 159 votos a favor (22 contra e 13 abstenções).
A nova lei torna ilegal a “promoção de uma orientação sexual não tradicional” e de uma identidade de género “diferente da biológica”, seguindo o modelo de uma lei húngara fortemente criticada por Bruxelas.
Os oradores justificaram a necessidade de legislar rapidamente devido a uma “normalização inaceitável da orientação sexual não tradicional”, promovida por “propaganda” que, segundo eles, está atualmente em curso.
Para Denitsa Lubenova, advogada da associação LGBTQIAPN+ Deistvie (Ação), os legisladores aproveitaram o contexto da “guerra cultural” em torno dos Jogos Olímpicos para conseguirem aprovar esta reforma.
A Igreja Ortodoxa criticou fortemente a cerimónia de abertura que deu espaço às minorias sexuais e de género, e a Bulgária denunciou a participação das boxeadoras, a argelina Imane Khelif e da taiwanesa Lin Yu ting, alegando que representavam “o outro sexo”.
“Com esta lei”, a extrema-direita espera “melhorar o seu resultado nas eleições legislativas” marcadas para dentro de dois meses, uma vez que os partidos representados no Parlamento não conseguiram formar uma maioria governamental, disse Lubenova à AFP.
Para Radoslav Stoyanov, vice-presidente do comité búlgaro de Helsínquia para a defesa dos direitos humanos, a nova legislação impedirá a divulgação de “informação científica” aos estudantes sobre minorias.
A Ong LevFem, que organiza uma manifestação nesta tarde de quarta-feira para denunciar a aprovação do texto, acredita que tornará impossível “qualquer luta contra o bullying escolar de jovens lésbicas, gays, bissexuais e transexuais”.
Na vizinhança, desde o verão de 2021 que mencionar homossexualidade diante de menores é punível com multa na Hungria.
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