Em declarações aos jornalistas, no aeroporto da cidade da Praia, com Marcelo Rebelo de Sousa ao seu lado, Jorge Carlos Fonseca contou que os dois se têm encontrado "várias vezes" no último ano e que trocam "muitas mensagens, às vezes a horas tardias".
O Presidente de Cabo Verde referiu que por vezes, quando já passa da meia-noite em Portugal, recebe de Marcelo Rebelo de Sousa mensagens telefónicas "sobre futebol, sobre questões relevantes da vida política portuguesa, sobre a CPLP", concluindo: "Portanto, é um reencontro de velhos amigos".
O Presidente português concordou que esta visita tem "um lado muito afetivo", porque "há de facto aqui uma amizade e uma estima recíproca muito forte, que tem décadas", desde os tempos em que os dois estudaram "em domínios diferentes do direito, mas na mesma escola", a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
"Depois, voltámos a encontrar-nos inúmeras vezes, vim aqui inclusive convidado pelo senhor Presidente para fazer uma conferência numa escola que ele liderava, altura em que previ que ele iria ser candidato presidencial e que venceria, o que aconteceu", relatou.
No seu entender, a amizade entre os dois "é um bocadinho o retrato das relações luso-cabo-verdianas".
"O que se passou e se passa connosco passa-se entre os dois povos. Portanto, eu espero uma visita muito calorosa, muito afetiva, muito intensa", acrescentou.
Jorge Carlos Fonseca manifestou satisfação por receber Marcelo Rebelo de Sousa "depois de sete anos da última visita de um chefe de Estado português" a Cabo Verde, e "depois de uma cimeira entre os dois governos".
O Presidente cabo-verdiano disse esperar "que esta visita represente um selo num relacionamento excelente entre Cabo Verde e Portugal" e "possa alimentar uma cooperação cada vez mais diversificada, mais alargada, e que reflita a excelência desse relacionamento que existe há muito tempo".
Marcelo Rebelo de Sousa qualificou de "ótima" a relação entre os dois países e salientou que "na última cimeira foi aprovado um programa estratégico a médio prazo, muito importante para Cabo Verde e para Portugal".
Quanto ao programa da sua visita de Estado, que começa no domingo e termina na terça-feira, realçou que "é muito variado", com "várias ilhas, atividades muito diversas, que vão desde universidade, escolas, atividades culturais, até vida empresarial, investimento português em Cabo Verde, relações comerciais".
"Há aqui a componente educação, a componente económica, a componente social, obviamente, uma componente política - não podemos esquecer que há um interesse comum em termos geopolíticos numa região muito sensível do globo como é esta. Ambos acompanhamos com atenção o que se passa nesta região. Portanto, tudo isto vai ser tratado de uma forma condensada, mas muito intensa", declarou.
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