Na sexta-feira, "por volta das 9:00 [07:00 em Lisboa], camiões com ajuda humanitária começaram a descarregar (um primeiro carregamento) no cais temporário" na costa da Faixa de Gaza, informou o comando militar americano para o Médio Oriente (Centcom) na rede social X.

"É um esforço multinacional para entregar mais ajuda aos civis palestinianos em Gaza por um corredor marítimo exclusivamente humanitário", acrescenta a nota.

O governo dos Estados Unidos anunciou na quinta-feira a conclusão das obras para a instalação do cais temporário e espera que quase 500 toneladas de ajuda cheguem ao território palestiniano nos próximos dias. A carga foi levada até barcas no porto israelita de Ashdod.

O cais, que custou pelo menos 320 milhões de dólares, é parte dos esforços internacionais para driblar as restrições de acesso terrestre impostas por Israel.

Segundo a ONU, a fome ameaça a maioria dos 2,4 milhões de habitantes do território palestiniano, onde o cerco israelita provocou uma grave escassez de alimentos, água potável, medicamentos e combustível.

A chegada de comboios com ajuda ocasional foi reduzida ao nível mínimo desde que as forças israelitas tomaram o controle, na semana passada, da passagem de fronteira de Rafah com o Egito, crucial para a entrada de mantimentos.

A ONU alertou que abrir as passagens terrestres e permitir a entrada de mais comboios de camiões em Gaza é a única forma de acabar com a crise humanitária desencadeada pelo conflito entre Israel e o Hamas.

A guerra começou em 7 de outubro, com o ataque executado pelo Hamas no sul de Israel, que matou mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelitas.

Mais de 250 pessoas foram sequestradas e 128 permanecem em cativeiro em Gaza, das quais o Exército acredita que 38 morreram.

A ofensiva de represália de Israel na Faixa de Gaza matou mais de 35.270 pessoas, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa Gaza desde 2007.