Em declarações à Lusa, Francisco Amaral adiantou que se tratam de entre 30 a 34 povoações, na sua maioria dispersas na serra e com residentes envelhecidos, que estão a receber água em camiões da autarquia, com o apoio dos bombeiros de Vila Real de Santo António e Castro Marim.
De acordo com o autarca, devido à falta de precipitação sentida no sotavento algarvio, no último ano, “os furos hertzianos [poços de água] estão a secar e é necessário reforçar o abastecimento através de autotanques”, através do transporte regular de água a esses locais.
Francisco Amaral acrescentou que a água habitualmente utilizada nessas povoações provém apenas desses furos hertzianos, o que leva a que os depósitos tenham de ser abastecidos uma, duas ou três vezes por semana, dependendo dos casos e das necessidades dos habitantes.
O autarca destacou que a Câmara de Castro Marim tem em curso uma intervenção de cerca de quatro milhões de euros para fazer a “ligação de 40 povoações ao sistema da Águas do Algarve”, trabalho que deverá estar concluído dentro de dois meses, estimou.
O presidente da Câmara lamentou que a barragem de Odeleite, principal albufeira de armazenamento de água no sotavento algarvio, esteja em níveis muito baixos e defendeu a necessidade de criar uma nova barragem, mais a norte.
“Eu tenho vindo a falar da necessidade da barragem da Foupana, mas ninguém liga nenhuma a este problema”, lamentou, referindo-se a um equipamento que permitiria criar uma terceira área de retenção de água para apoiar o atual sistema de abastecimento do sotavento, composto pelas barragens de Odeleite e Beliche.
Também os agricultores do nordeste algarvio têm vindo a defender a construção de uma barragem para solucionar os longos períodos de seca que estão a afetar a agricultura e a condicionar novos investimentos em culturas de regadio.
Os agricultores defendem a construção de uma barragem com ligação à de Odeleite, o que permitiria ter água para consumo humano, dando também a possibilidade para fazerem cultura de regadio.
Alcoutim e de Castro Marim, no nordeste algarvio, são dois dos concelhos mais desertificados do Algarve e onde, habitualmente, os efeitos da seca são mais visíveis.
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