O anúncio foi feito por Eduardo Vítor Rodrigues durante uma conferência internacional sobre Timor-Leste realizada no âmbito da 3.ª edição do FIGaia - Fórum Internacional de Gaia, com a presença de Ramos-Horta.
"Não podíamos ter melhor sorte do que ter aqui o doutor Ramos-Horta", afirmou Vítor Rodrigues durante a conferência “E depois do conflito - a missão de construtores da paz”.
Durante a sessão, que contou com a presença do bispo do Porto, Manuel Linda, do alto-comissário para as migrações, Pedro Calado, e do presidente do Instituto Padre António Vieira (instituição que coordena a iniciativa), Rui Marques, o autarca aproveitou para anunciar que vai atribuir a medalha de ouro da cidade a Ramos-Horta.
"Queria aproveitar para dizer-lhe o quanto orgulhoso é para nós a sua presença e, para que esse orgulho se materialize, o doutor Ramos-Horta (...) receberá a medalha de ouro da cidade de Gaia, passando a ser não apenas timorense, mas um gaiense", disse.
Segundo Eduardo Vítor Rodrigues, a atribuição, que terá inicialmente de ser aprovada esta segunda-feira na reunião da Câmara Municipal de Gaia, vai ser "entregue num outro momento".
"Na segunda-feira, já o doutor Ramos-Horta estará em Timor-Leste ou a caminho, mas haverá um momento em que ele virá cá de novo e receberá devidamente a medalha", acrescentou.
José Ramos-Horta, 69 anos, foi galardoado com o prémio Nobel da Paz em 1996, conjuntamente com o então administrador apostólico de Díli, o bispo timorense Carlos Filipe Ximenes Belo.
A antiga colónia portuguesa de Timor esteve sob ocupação da Indonésia entre 1975 e 1999, ano em que os timorenses votaram maioritariamente pela independência num referendo organizado pelas Nações Unidas.
Após um período sob administração da ONU, Timor-Leste tornou-se um país independente em 20 de maio de 2002.
A conferência, que contou esta manhã com o testemunho de Ramos-Horta, continua à tarde com os testemunhos e as experiências de vida de "figuras que tiveram um importante papel na construção da paz" em Timor-Leste, África do Sul, Guiné-Bissau, Moçambique, Colômbia, Venezuela, Argentina e Senegal.
"É uma grande conferência, com nomes muitíssimo importantes, com histórias e experiências de países que, muitos deles, ainda estão, hoje em dia, a tentar construir a paz", frisou Rui Marques.
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