“A razão da preocupação”, quanto à “luta que se está a travar, é porque é uma luta filosófica, não é uma luta objetiva”, afirmou à agência Lusa, em Beja, o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa.
Segundo o responsável, que falava após uma reunião do Conselho Consultivo do Baixo Alentejo e Algarve da CAP, “os animais são transportados em condições” e existem já “regras muito apertadas, em termos sanitários e de bem-estar animal”, para realizar esse transporte.
Eduardo Oliveira e Sousa referia-se aos diplomas apresentados pelo PAN, PEV e BE para restringir e regulamentar o transporte de animais vivos, que foram chumbados pelo parlamento na sexta-feira.
Nessa sessão parlamentar foram rejeitados projetos de lei e de resolução do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Ecologista Os Verdes (PEV) que visavam restringir o transporte de gado vivo para exportação, para abate, e regular o transporte com medidas que garantissem o bem-estar animal.
O transporte de animais vivos é “uma atividade económica” com “particular importância na região do Alentejo” e “não pode de maneira nenhuma ser posto em causa”, argumentou Eduardo Oliveira e Sousa.
“Se os animais não forem vivos para os mercados de que estamos a falar, pura e simplesmente, não vão”, porque se trata de países que “não querem carne”, mas sim animais vivos que, “por motivos da sua vida, da sua religião, são eles que têm que abater”, explicou.
Por isso, defendeu, “interromper um mercado que está a funcionar, que está a viabilizar explorações agrícolas e pecuárias, que está a promover o desenvolvimento económico ou a sustentar a economia de determinadas regiões não tem qualquer cabimento”.
O presidente da CAP argumentou que “as condições do transporte dos animais vivos hoje não têm nada a ver com as condições” existentes “há uma dúzia de anos”, mas mostrou-se disponível para analisar eventuais melhorias no processo.
“Se houver coisas a melhorar, que seja feito esse esforço para melhorar algo que possa não estar a correr bem”, mas “aniquilar um negócio” e “uma produção” é que “não tem qualquer cabimento”, frisou.
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