A partir do próximo ano, os menores de 12 anos não vão pagar para utilizar a rede de transportes públicos (Metro e Carris) da cidade de Lisboa. Com a passagem da gestão da empresa pública para a autarquia da capital surgem ainda 21 novas carreiras nos bairros de Lisboa que asseguram as deslocações entre os pontos de referência no interior da freguesia (escolas, junta de freguesia, centro de saúde).
O primeiro bairro a receber esta medida será Marvila, numa rede desenhada por António Costa quando ocupava funções de presidente da Câmara de Lisboa. Este sistema está pensado para as deslocações diárias dos seniores e crianças, que não precisam, assim, de atravessar a cidade.
Os seniores passam a ter descontos nos transportes. Quem tem mais de 65 anos passa a pagar 15 euros pelo passe Navegante. Hoje paga 26,75 euros.
O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, anunciou também um reforço da oferta com a aquisição de 250 novos autocarros nos próximos três anos, num investimento total de 60 milhões de euros.
A este reforço da oferta está implícito a contratação de novos motoristas: 220 no total.
Porque Lisboa é uma cidade digital, os autocarros e elétricos não podiam ficar de fora da ligação à rede global. Será disponibilizado wi-fi gratuito em todos os veículos da Carris e será lançada uma nova versão da aplicação da Carris com os horários em tempo real.
"Temos uma visão estratégica para os próximos cinco anos", disse Medina, que se mostrou consciente de que as mudanças não vão acontecer "num mês ou num ano".
Haverá ainda lugar a sete corredores de alto desempenho para as carreiras que fazem ligações transversais na cidade (E15,705,728,736,746,750,756). É expectável que estas carreiras realizem percursos de forma mais rápida, através da criação de condições específicas de circulação, com uma velocidade de exploração média superior a 20km/h.
Haverá ainda lugar à criação de "bolsas de estacionamento" que fazem a articulação com interfaces de transportes.
Um Fernando Medina sorridente cumprimentou o Primeiro-ministro no final do seu discurso, seguiu-se o momento solene das assinaturas do memorando de passagem de gestão.
A cerimónia terminou com o discurso de António Costa que referiu que "palavra dada é palavra honrada". "Este acordo já podia ter sido assinado há uns anos, não fora o fanatismo ideológico que dizia que nenhuma entidade pública podia gerir bem um serviço público". Está cumprido mais um passo que assegura uma nova fase para a Carris a partir do próximo ano.
As novas diretivas da empresa foram apresentadas, no Museu da Carris, durante a cerimónia de assinatura do memorando da passagem de gestão da rodoviária Carris para a Câmara Municipal de Lisboa.
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