No ar desde 14 de fevereiro, o projeto radiofónico tem como rostos Leandro Pereira, natural de Lamego, e a mulher, Elisabete Vieira da Silva, oriunda da Póvoa de Lanhoso.
“Pode-se dizer que somos uma rádio de emigrantes portugueses para emigrantes portugueses, mas é claro que estamos abertos a todos quantos nos quiserem ouvir”, disse Leandro Pereira, à Lusa.
O projeto, 100% on-line, é ligeiro, terra-a-terra e despretensioso e aposta, sobretudo, na proximidade e na interação com o ouvinte, através do Facebook.
Das 24 horas diárias de emissão, a esmagadora maioria é assegurada pelo “piloto automático”, mas, ao final da tarde, após o trabalho, Leandro e Elisabete dão a cara, saudando pessoalmente cada ouvinte que entra e soltando, despreocupadamente, estados de alma.
“Z’imbora”, abreviatura de “vamos embora”, é a expressão recorrentemente usada por um e outro, para incentivar o ouvinte a entrar no espírito da rádio, que é acompanhar, cantando ou dançando, o artista que a cada momento está no ar.
Leandro, que já foi cantor, sabe quase todas as letras de cor das canções que passa e, volta e meia, lá “sai” até um karaoke.
Mantém, por norma, uma pose séria, profissional, que, como diz, “a música não é brincadeira” e a rádio “não é para qualquer um”.
Em contraponto, Elisabete faz da simpatia a sua grande arma, mas também ela não abdica de trautear os temas que vão passando.
“Quando estamos no estúdio, os ouvintes podem pedir os temas que querem ouvir”, assegura Leandro.
Ele tem 25 anos e trabalha na construção civil, assegurando também serviços de jardinagem, sempre que é preciso. Ela é 10 anos mais velha e faz limpezas.
Depois de “largarem”, é no estúdio instalado numa cave, com 32 metros quadrados, que alimentam o “bichinho” da rádio.
Por dia, passarão ali uma hora e meia, duas horas, depende.
Passam música, quase toda portuguesa, cantam, saúdam os ouvintes, dançam um com o outro, mandam recados, atendem pedidos.
“Sentimo-nos acarinhados, sentimos que fazemos bem a quem nos ouve, e, enquanto assim for, vamos continuar”, atira Leandro.
A bandeira nacional, essa, está sempre “escarrapachada” na parede do estúdio, para que não fiquem dúvidas sobre o “orgulho de ser português” que ambos sentem.
“Estou na Suíça há 21 anos, mas esta é, e será sempre, a minha bandeira. É por ela que o meu coração bate”, atira Leandro.
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