Num comunicado divulgado segunda-feira à noite em Otava, Canadá, os ministros do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão) assinalaram que “este uso de um agente nervoso de nível militar, de um tipo desenvolvido pela Rússia, constitui o primeiro uso ofensivo de um agente nervoso na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e é um grave desafio”.
“O seu uso é detestável, completamente inaceitável e deve ser condenado sistemática e rigorosamente”, acrescentaram os ministros, depois de serem informados pelas autoridades do Reino Unido dos detalhes do ataque que aconteceu a 04 de março na localidade britânica de Salisbury.
O G7 comprometeu-se ainda a “proteger e promover o sistema internacional baseado em normas” e denunciou que o ataque a Skripal e à sua filha aconteceu no contexto de “uma série de ações prévias irresponsáveis e desestabilizadoras da Rússia, incluindo a interferência em sistemas democráticos de outros países”.
Finalmente, o grupo das sete maiores economias mundiais pediu à Rússia que cumpra as suas obrigações para com a Convenção de Armas Químicas e disse que continuará a desenvolver as suas capacidades para responder a “ameaças híbridas”, como cibersegurança, comunicações estratégicas e contrainteligência.
O envenenamento do ex-espião duplo, Serguei Skripal, de 66 anos, e da sua filha, Yulia, em solo britânico, provocou uma das piores crises nas relações entre a Rússia e o ocidente desde a guerra fria e conduziu a uma vaga histórica de expulsões recíprocas de diplomatas.
Londres acusa Moscovo de envolvimento neste envenenamento através da utilização de um agente neurotóxico, conhecido como novichok, enquanto a Rússia desmente as acusações e denuncia uma “provocação” e uma “campanha antirrussa”.
O Governo português chamou, a 27 de março, o embaixador português em Moscovo, Paulo Vizeu Pinheiro, na sequência do ataque.
Também a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, chamou o representante dos 28 em Moscovo, mas quase todos os países do bloco europeu — à exceção de Portugal e outros cinco Estados – optaram por expulsar diplomatas russos.
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