“É um elemento de grande perturbação a situação política espanhola, nós naturalmente não reconhecemos a declaração de independência anunciada hoje no parlamento Catalão e condenamos essa declaração como uma quebra da ordem constitucional espanhola”, afirmou Santos Silva, à margem da apresentação do livro “Tendências Globais 2030 – Os Futuros de Portugal”, na Fundação de Serralves, no Porto.
O governante disse esperar que as instituições democráticas espanholas restaurem a ordem constitucional e legal, porque, sublinhou, é essa ordem constitucional que permite que os direitos, liberdades e garantias das pessoas sejam preservados, que a unidade de Espanha seja preservada e que o dialogo politico responsável tenha lugar.
Questionado sobre se esta situação poderá abalar as relações entre os dois países, Augusto Santos Silva foi perentório em dizer que não, realçando ter “excelentes relações” com o país vizinho.
O parlamento Regional Catalão aprovou hoje a independência da Catalunha com 70 votos a favor, 10 contra e dois votos em branco.
Pouco depois, o Senado de Espanha autorizou, por maioria absoluta, o Governo de Madrid a aplicar o artigo 155 da Constituição, que suspende a autonomia da região.
O Governo espanhol ordenou hoje a destituição do presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, o vice-presidente, Oriol Junqueras, e todos os 'consellers' (ministros regionais) da Generalitat, medidas ao abrigo da aplicação do artigo 155 da Constituição.
Além disso, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, anunciou que marcou eleições autónomas na Catalunha para 21 de dezembro, por ter dissolvido o parlamento regional, na sequência da declaração unilateral de independência.
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