"Gostaria de anunciar que esta segunda-feira o CDS vai pedir a audição do ex-ministro das Finanças Fernando Medina na Comissão de Orçamento e Finanças para dar explicações sobre a redução artificial da dívida com dinheiro das pensões dos portugueses", afirmou Paulo Núncio.

O deputado fez este anúncio numa intervenção perante o 31.º Congresso do CDS-PP, que decorre entre hoje e domingo em Viseu.

O líder parlamentar do CDS-PP afirmou que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) "alertou que a redução da dívida realizada pelo governo socialista em 2023 foi meramente artificial".

"Mas pior, a UTAO denunciou que esta redução artificial só foi feita à conta do dinheiro do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações", disse, considerando que esta situação "é de enorme gravidade".

Paulo Núncio considerou que "o CDS não pode deixar passar isto em claro", defendendo que "em Portugal não pode valer tudo e o dinheiro das pensões dos portugueses não pode servir para truques políticos dos socialistas".

"O ex-ministro foi o autor desta estratégia, o ex-ministro tem que responder perante o parlamento", salientou.

Na semana passada, a UTAO alertou que a redução da dívida pública em 2023 foi "artificial" e que há casos em que as opções de gestão financeira foram condicionadas por orientações do Governo passado.

Na sua intervenção, o líder parlamentar do CDS-PP destacou as “três bandeiras principais” do partido no parlamento, entre as quais um “combate sem tréguas à corrupção” e a “dignificação e valorização das forças armadas e forças de segurança”.

“Para o CDS, este combate é absolutamente prioritário para criarmos uma sociedade mais transparente e para reforçar a credibilidade das instituições democráticas”, indicou.

Apontando que o CDS “sempre foi a voz dos polícias e dos militares”, o deputado referiu que agora que o partido tem responsabilidades governamentais nas áreas da Defesa e da Administração Interna “será uma prioridade do CDS defender os homens e mulheres que zelam pela defesa e segurança de Portugal”.

“A terceira bandeira será a redução dos impostos e crescimento económico. Continuaremos a lutar sem descanso para aliviar ainda mais os impostos sobre as famílias, para beneficiar os jovens com o IRS jovem e para dar competitividade às empresas através da redução do IRC”, indicou.

O líder parlamentar afirmou que este é “um momento decisivo da história do partido” e fez questão de responder às “forças de esquerda” que anunciaram “o fim do CDS”: “Enganaram-se, enganaram-se redondamente”.

“Não, o CDS não acabou, o CDS voltou a eleger deputados, o CDS regressou ao parlamento, o CDS está novamente no Governo de Portugal e não parece que a esquerda algum dia se veja livre do nosso CDS”, defendeu, afirmando que o parlamento agora “não estava completo, mas agora está”.

O centrista salientou que “o CDS voltou, e com o CDS a AD ganhou as últimas eleições, e com o CDS a coligação vai ganhar as próximas eleições europeias”.

O vice-presidente do partido saudou também o líder, apontando que a “recuperação do CDS tem um nome e tem um responsável, o presidente Nuno Melo”, que “nunca desistiu, nunca baixou os braços, nunca cedeu perante as dificuldades”.

“Por tudo o que fez nestes últimos dois anos, é já hoje um dos presidentes mais importantes da história do nosso CDS. Muito obrigado, Nuno Melo”, salientou.

Paulo Núncio salientou ainda que defender a “vida humana quer no início da gestação, quer no final do seu período, continua a ser uma causa do CDS”, rejeitando a interrupção voluntária da gravidez e a eutanásia.