“Mentir numa comissão de inquérito é politicamente grave e pode, inclusivamente, nos termos da lei, constituir crime. O senhor ministro das Finanças e o senhor primeiro-ministro terão de retirar as suas consequências”, declarou o CDS-PP, em comunicado, em que reitera o que o porta-voz do partido e deputado João Almeida afirmou em conferência de imprensa na quinta-feira.
A tomada de posição dos centristas segue-se a uma declaração escrita do ministro das Finanças, Mário Centeno em que acusou o CDS de truncar factos para produzir uma “vil tentativa de assassinato” do seu caráter.
“O CDS-PP disponibilizou o requerimento formulado e a resposta do Ministério das Finanças, na sua totalidade, não tendo truncado nenhum documento, nem omitido qualquer informação prestada”, lê-se no comunicado do partido.
O requerimento do CDS-PP foi enviado, ao tempo, ao Ministério das Finanças e ao dr. António Domingues, afirmam.
“O Ministério das Finanças respondeu que essas comunicações ‘inexistiam’. O dr. António Domingues enviou as comunicações. O que permite concluir que, de facto, existiam e estavam enquadradas no objeto do requerimento”, frisam.
O partido respondeu ainda que, “quanto ao critério cronológico invocado pelo Ministério das Finanças para excluir ‘comunicações posteriores à entrada em funções do dr. António Domingues’, este não tem qualquer relação com o objeto do requerimento que apenas tinha uma limitação cronológica inicial (20 de Março de 2016)”.
“É relevante e exigível qualquer comunicação em que se refiram as ‘condições colocadas para a aceitação dos convites’, independentemente do momento em que foram enviadas. A entrada em funções da nova administração não impede a referência posterior às condições acordadas previamente”, declaram.
O partido concluiu que, ” nestes termos, só é possível concluir que o objeto do requerimento que o CDS-PP formulou existe e que o Ministro das Finanças ao responder ‘Inexistem trocas de comunicações com as características descritas?’ não disse a verdade”.
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