“Sim. Estamos preocupados com essa presença e não só”, disse Umaro Sissoco Embaló, quando questionado sobre se a ‘troika’ criada na última cimeira de chefes de Estado da CEDEAO para analisar e encontrar soluções para as questões de segurança na região estava preocupada com a presença daquele grupo de mercenários.
“Mas a ‘troika’ está a trabalhar”, salientou o chefe de Estado guineense, que falava aos jornalistas depois de dar posse a José Mário Vaz, antigo presidente guineense, como membro do Conselho de Estado.
Na última cimeira da CEDEAO, realizada em Bissau, os chefes de Estado determinaram a criação de uma ‘troika’, composta pela Guiné-Bissau, Benim e Nigéria.
Aquela ‘troika esteve reunida na semana passada na Nigéria e determinou que é preciso uma resposta regional forte a ameaças relacionadas com a paz e segurança, que passam pela operacionalização do Plano de Ação para a Erradicação do Terrorismo em conjunto com outras medidas de segurança.
A ‘troika’ pediu também às Nações Unidas e a outros parceiros para a apoiarem os esforços regionais de combate ao terrorismo.
Umaro Sissoco Embaló disse ainda que os chefes de Estado-Maior da CEDEAO vão reunir-se em breve na Nigéria, que assumiu a presidência da organização, para também analisar e propor soluções para ajudar os países em crise.
“Não é só a questão ‘jihadismo’, temos de acabar com os golpes”, disse Umaro Sissoco Embaló, salientando que a CEDEAO está com uma “nova dinâmica” e que também está a analisar a possibilidade de pessoas envolvidas em golpes de Estado serem levadas ao tribunal da organização.
O Burkina Faso, o Mali e a Guiné-Conacri foram suspensos pela CEDEAO após sucessivos golpes militares entre 2020 e 2022.
O retorno à ordem constitucional é teoricamente esperado em 2024 no Mali e no Burkina Faso, e em 2025 na Guiné-Conacri.
Segundo o último relatório do Gabinete das Nações Unidas para a África Ocidental e o Sahel, divulgado em janeiro deste ano, a situação de segurança na sub-região continua a agravar-se, nomeadamente no Burkina Faso e no Mali.
O relatório refere igualmente que os ataques terroristas no Benim e no Togo destacaram a ameaça persistente de que a insegurança pode atingir os países costeiros daquela região.
Questionado sobre vai estar presente na cimeira Rússia-África, a realizar-se na próxima semana, Umaro Sissoco Embaló disse que vai participar no encontro e que a posição da África Ocidental passa pela “busca da paz e de uma solução para a guerra”.
Sobre a questão do acordo de cereais, que o Presidente russo, Vladimir Putin, se recusou a renovar, o chefe de Estado guineense disse que África não é um continente “faminto”.
Umaro Sissoco Embaló informou também que está a agendar uma visita oficial à Ucrânia, depois de ter sido convidado pelo seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A CEDEAO é composta por 15 países, incluindo, além dos lusófonos Guiné-Bissau e Cabo Verde, Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Serra Leoa, Senegal e Togo.
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